Os prefeitos afastados de
Porto Seguro, Cláudia Silva Santos Oliveira (PSD), e de Eunápolis, José Robério
Batista de Oliveira (PSD) e o prefeito de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Santos
(PSD), é irmão de Cláudia, ambos investigados e afastados de seus respectivos
mandatos desde o dia 7 de novembro de 2017, quando a Polícia Federal deflagrou
a Operação Fraterna, que apura fraude em contratos das prefeituras de um pouco
mais de R$ 200 milhões.
Claudia Silva Santos
Oliveira, José Robério Batista de Oliveira ganharam destaques na mídia
Nacional e Internacional uma Conversas descontraídas
durante um passeio aonde a prefeita afastada,
Cláudia Oliveira, aprece em um
vídeo obtido pela rede GLOBO que mostra Cláudia e o marido, Robério Oliveira,
caminhando em uma região de praia com amigos. Em dado momento, ao passar por
uma pequena ponte de madeira, ela, que era deputada estadual na época, ri e
começa a simular um discurso. Ainda que em tom de brincadeira, Cláudia fala em
desviar verbas de emendas de parlamentares ao Orçamento.
“Estou visitando aqui meu
povo, povo da periferia. Eu colocarei emendas, farei projeto para uma ponte que
vai beneficiar aqui toda a comunidade. Uma ponte onde serão investidos dois
bilhões. Um bilhão eu fico” — diz, em meio a risadas.
Robério, que está filmando,
avisa:
“Ó rapaz, tá gravado, viu? Tá
gravado tudo aqui. Tá tudo gravado e eu vou botar na Globo. Nessas coisas que
sai” disse...
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O prefeito de Eunápolis ainda
chama uma suposta assessora que acompanha o grupo e pergunta se ela concorda.
Ela, também em meio a gargalhadas, complementa:
— Eu tô de acordo. Eu
concordo. Dois bilhões para investir, um bilhão para ficar.
Os três prefeitos são
suspeitos de fraudar contratos de 33 licitações que somam R$ 200 milhões. A PF
informou que o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) determinou o
afastamento dos três prefeitos por tempo indeterminado e os vice-prefeitos já
assumiram seus restivos mandatos.
A Justiça Federal determinou,
ainda, o sequestro de bens imóveis e automóveis dos investigados, além do
bloqueio de contas correntes para ressarcimento do erário.
A polícia informou também que
os contratos já foram mapeados e algumas licitações tem como objeto a
contratação de bandas para festas. A origem do recurso ainda vai ser
identificada quando a polícia tiver posse dos contratos para ver qual a fonte
utilizada para pagamento deles.
Conforme a investigação, o
esquema funcionava da seguinte maneira:
As prefeituras abriam as
licitações, e empresas ligadas à família simulavam uma competição entre elas.
Foi identificada uma "ciranda da propina", com as empresas dos
parentes se revezando na vitória das licitações para camuflar o esquema;
Após a contratação da empresa
vencedora, parte do dinheiro repassado pela prefeitura era desviado usando
"contas de passagem" em nome de terceiros para dificultar a
identificação dos destinatários. Em regra, o dinheiro retornava para membros da
organização criminosa;
A PF ainda não especificou se
os prefeitos afastados estão entre os destinatários do dinheiro desviado, mas
afirma que repasses foram feitos para empresa de Agnelo Santos, prefeito de
Santa Cruz Cabrália, que seria utilizada para lavar o dinheiro ilícito.
Investigação
Os policiais afirmaram que
foi organizada uma "ciranda da propina" nos três municípios baianos,
em razão do rodízio que era feito entre as empresas envolvidas no esquema de
corrupção para vencer as licitações e tentar "camuflar" as irregularidades.
A Polícia Federal destacou
que, em muitos casos, os suspeitos "chegavam ao extremo" de repassar
a totalidade do valor contratado a outras empresas do grupo familiar na mesma
data em que as prefeituras liberavam o dinheiro. Parte do valor dos contratos
era desviado o total de R$ 200 milhões corresponde a cerca de 33 contratos.
Por conta do uso de
familiares para cometer as irregularidades, a operação da PF foi batizada de
Fraternos. Os investigados, conforme informou a Polícia Federal, irão responder
pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitações, corrupção ativa e
passiva e lavagem de dinheiro./G1
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