EUNÁPOLIS - O juiz da 1ª Vara
Crime da Comarca de Eunápolis, Otaviano Andrade Sobrinho, marcou uma nova data
para o júri popular dos acusados pela morte do radialista Ronaldo Santana de
Araújo: 14 de maio próximo, com início previsto para as 8h30, no Fórum
Desembargador Mário Albiani, Dinah Borges.
Após 21 anos, ou seja, duas
décadas depois, os acusados pelo plano que resultou no assassinato do
radialista podem ser condenados à prisão, em um julgamento previsto para durar
cerca de três dias, conforme publicação no Diário Oficial do Tribunal de
Justiça da Bahia de terça-feira (10).
São apontados como autores
intelectuais, o ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Ernesto Ribeiro da Silva, o
Paulo Dapé, Valdemir Batista de Oliveira, o vereador Dudu, o advogado Antônio
Oliveira Santos (Toninho da Caixa, porque na época ocupava o cargo de gerente
da CEF), e a sacerdotisa Maria José Ferreira Souza, conhecida como Maria
Sindoiá.
Na ocasião do crime todos
esses eram funcionários comissionados da Prefeitura de Eunápolis.
O assassinato de Ronaldo
Santana, no dia 9 de outubro de 1997, comoveu a cidade e ganhou repercussão
nacional, especialmente porque o Brasil aparece entre os países que mais
registram mortes de profissionais de imprensa em todo o mundo.
Por envolver figuras da
política, o júri já foi suspenso mais de cinco vezes, a última data foi
dezembro de 2016, como consequência de uma liminar do desembargador Pedro
Augusto da Costa, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Na época, o magistrado acatou
o argumento de que houve erro processual no prazo do sorteio dos jurados,
realizado antes da marcação da data do júri, o que fere determinação do Código
Processual Penal.
O CRIME
O radialista Ronaldo Santana
apresentava o polêmico programa Ronda da Cidade, na Rádio Jornal de Eunápolis.
Ele foi assassinado com quatro tiros, em outubro de 1997, quando descia a
Avenida Duque de Caxias, próximo a Feira do Bueiro, em companhia do filho,
Márcio Alan. Ele estava se dirigindo ao seu local de trabalho.
O crime teve como executor o
ex-policial militar Paulo Sérgio Mendes Lima, que já foi julgado, condenado e
cumpriu pena. O ex-prefeito Paulo Dapé e os demais acusados foram apontados por
Paulo Sérgio e são denunciados pela promotoria pública como mentores
intelectuais do assassinato do radialista, que era um crítico ferrenho do
governo municipal.
O QUE DIZEM OS ACUSADOS
O advogado Fabrício Frieber,
que representa o réu Antônio Oliveira Santos, declarou ao RADAR 64 que está há
três anos tentando acelerar a data do julgamento.
Frieber salientou que tentou
o desmembramento da ação em outubro de 2013, para que seu cliente fosse julgado
em separado, mas uma liminar suspendeu o julgamento e o desmembramento da
acusação.
“Não há provas contra o meu
cliente nos autos do processo. Queremos que o julgamento ocorra logo, pois a
carga emocional que envolve toda a família de Antônio, a cada novo adiamento, é
muito grande”, argumenta Frieber.
Já o advogado Antônio
Pitanga, que assumiu a defesa do vereador Valdemir Batista de Oliveira (Dudu),
afirmou que será feita uma reanálise de todo o processo para se posicionar
sobre as acusações. “Já houve dois habeas corpus anteriores. Se ocorrer o júri,
estamos prontos para provar a inocência do meu cliente”, alegou Pitanga.
A acusada Maria José Ferreira
Souza, a Maria Sindoiá, declarou que não tem nenhuma declaração a fazer sobre o
caso. “A única coisa que sei é que não tenho nada com isso. O resto está nas
mãos de Deus”, destacou Maria. A redação tentou contato com a defesa do
ex-prefeito Paulo Dapé, mas não obteve retorno./RADAR 64
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