Novecentos e noventa e quatro
municípios brasileiros apresentam alto índice de infestação pelo mosquito Aedes
aegypti e podem registrar surtos de dengue, zika e chikungunya.
O número, de acordo com
informações do Ministério da Saúde, representa 20% das 5.214 cidades que
realizaram algum tipo de estudo que classifica o risco do aumento de doenças
causadas pelo vetor.
O primeiro Levantamento
Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a
incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em
relação ao mesmo período de 2018.
Além da situação de risco, o
estudo identificou 2.160 municípios em situação de alerta e 1.804 com índices
considerados satisfatórios.
O ministério alertou hoje
(30), em Brasília, para a necessidade de fortalecer ações de combate ao
mosquito, mas avaliou que, mesmo com o aumento de casos de dengue, a taxa de
incidência está dentro do esperado para o período e o país não está em situação
de epidemia. O Ministério da Saúde
admite, entretanto, que podem haver epidemias localizadas de dengue em alguns
municípios.
Capitais
Cinco capitais estão com
índice de infestação considerado satisfatório: Boa Vista, João Pessoa, São
Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Cuiabá está classificada como
em risco e outras 16 capitais estão em alerta. São elas: Fortaleza, Porto
Velho, Palmas, Salvador, Teresina, Recife, Belo Horizonte, Campo Grande,
Vitória, São Luís, Belém, Macapá, Manaus, Maceió, Aracaju e Goiânia.
Natal, Porto Alegre e
Curitiba realizaram levantamento por meio de metodologia diferente (armadilha),
enquanto Florianópolis e Rio Branco não enviaram informações ao ministério
sobre o índice de infestação ao governo federal.
Criadouros
O armazenamento de água no
nível do solo (armazenamento doméstico), como em toneis e barris, foi o
principal tipo de criadouro identificado no país, seguido por depósitos móveis,
caracterizados por vasos e frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Por
último, estão os depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos,
garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.
Dengue
Até 13 de abril de 2019,
foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681
casos no ano passado. A incidência, que considera a proporção de casos em
relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes.
O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66
para 123 mortes.
Zika
Foram registrados ainda 3.085
casos de zika, com incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. Em
2018, no mesmo período, foram identificados 3.001 casos prováveis da doença.
Não há óbitos por zika contabilizados em 2019.
Chikungunya
Também houve 24.120 casos de
chikungunya, com uma incidência de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em
2018, foram 37.874 casos – uma redução de 36,3%. Em 2019, não foram confirmados
óbitos por Chikungunya no país.
O levantamento
O LIRAa é classificado pelo
Ministério da Saúde como um instrumento fundamental para o controle do vetor e
de doenças transmitidas por ele. Com base nas informações coletadas, o gestor
pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do
mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante.
O objetivo do levantamento é
permitir que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento
das ações de combate e controle do mosquito. A lista completa de cidades que
participaram do estudo pode ser acessada aqui./bahiaextremosul
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