Além de suspender, nesta
quinta-feira (11), decretos da prefeita de Itanhém que, em desobediência a uma
determinação judicial, nomeou 10 diretores e 7 vice-diretores para escolas da
rede municipal de ensino, o juiz Argenildo Fernandes determinou que Zulma
Pinheiro (MDB) fosse intimada na prefeitura – local onde ela despacha – e caso
lá não seja encontrada, que o oficial de justiça proceda a intimação ‘por hora
certa’.
De igual forma, o juiz ainda
determinou que fossem intimados, em suas respectivas secretarias, o secretário
da Educação, Álvaro Pinheiro e o secretário da Administração e Finanças, Newton
Pinheiro, para que não relacione na folha de pagamento diretores e
vice-diretores nomeados por Zulma Pinheiro, sob pena de multa diária de 5 mil
reais. Como se sabe, Álvaro e Newton são irmãos da prefeita e ocupam três
secretarias na administração municipal, numa das maiores práticas de nepotismo
da história política de Itanhém. A maior que se tem notícia foi praticada pelo
pai da prefeita, Neco Batista, quando a filha – atual prefeita – era
vice-prefeita e secretária da Assistência Social e o filho, Álvaro Pinheiro,
além de secretário da Educação fazia chover no município. O outro filho de
Neco, Newton Pinheiro, foi presidente da Câmara por quatro anos, com a
vergonhosa aquiescência dos vereadores da época.
A intimação ‘por hora certa’
ocorre quando, por duas vezes, o oficial de justiça procura a pessoa em seu
domicílio ou residência e não o encontra e, havendo suspeita de ocultação, o
oficial de justiça intima qualquer pessoa da família ou, se for o caso,
qualquer vizinho, de modo que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a
citação, na hora designada pelo oficial. Esse procedimento, portanto, evita que
qualquer um se esconda, principalmente políticos que têm o hábito de se
esconder nas sedes de suas fazendas para não serem intimados e mandam os
guardas de plantão dizer que estão viajando para Vitória, Salvador ou qualquer
outra capital do país.
A Justiça havia cancelado a
Lei Municipal nº 207, de 16 de abril de 2019, que acabava com a eleição de
diretores nas unidades de ensino e, mesmo assim, nesta quarta-feira (10), a
prefeita nomeou diretores escolares.
Em sua decisão o juiz ainda
determinou que sejam realizadas as eleições para a escolha de diretores na
forma da lei anterior, restabelecendo assim, o direito democrático da
comunidade estudantil.
O mandado de segurança é de
autoria dos vereadores André Correia (PHS), Deilton Porto, o Caboquinho (DEM),
Luiz Marcos Vilas Boas, o Marquinhos (PSB) e a advogada que interpôs a petição
pedindo a suspensão dos decretos é Kerry Anne Esteves.
Por: Edelvânio Pinheiro/ Água
Preta News
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