O Ministério Público Federal
de São Paulo apresentou denúncia contra o ex-presidente Lula e Guilherme
Boulos, do PSol, pela invasão do tríplex do Guarujá (cuja posse o próprio MPF
atribui a Lula, mas que estava sob intervenção judicial na época).
A informação foi noticiada
pelo site O Antagonista, e, depois, também pelo jornalista Fausto Macedo, no
Estadão, e pelo Valor Econômico. No entanto, assessores de imprensa do MPF
informaram a jornalistas, em um grupo de WhatsApp, que "o procedimento
está sob sigilo, portanto não temos como fornecer nenhum tipo de
informação".
À ConJur, o advogado do
ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, informou não ter tido acesso à denúncia
ainda.
Segundo noticiado pelos
sites, Lula e Boulos foram denunciados, junto com outras três pessoas, com base
no artigo 346 do Código Penal, que criminaliza os atos de "tirar,
suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro
por determinação judicial".
Lula foi apontado como
incentivador da ocupação do tríplex pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST, liderado por Boulos) porque, em janeiro de 2018, fez um discurso em São
Paulo afirmando que já tinha pedido "para o Guilherme Boulos mandar o
pessoal dele ocupar" o apartamento.
Relação promíscua
O Antagonista foi
protagonista da última denúncia da série apelidada de Vaza Jato, na qual o site
The Intercept vem divulgando os bastidores do funcionamento da operação
"lava jato".
A promiscuidade da relação
entre membros do MP e o site ficou evidente diante do fato que integrantes da
força-tarefa solicitaram aos jornalistas a não publicação de algumas notícias,
pedido que foi acatado.
Os jornalistas também
consultaram os procuradores para saber que candidato a procurador-geral da
República (PGR) eles estavam apoiando.
Os jornalistas ainda
sugeriram a procuradores, com base em boatos, que investigassem fatos que
pudessem atingir o PT. Foram atendidos, ao menos inicialmente, afirma a
reportagem./conjur
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