A Organização Mundial da
Saúde (OMS) decidiu de forma definitiva retirar a hidroxicloroquina de seus
testes realizados em dezenas de hospitais pelo mundo. O produto já havia sido
suspenso diante da falta de resultados. Agora, a decisão é definitiva.
O anúncio ocorre no dia em
que a agência aponta para um novo recorde de novos casos diários registrados.
Em 24 horas, foram 212 mil novos casos, superando o recorde anterior de 189 mil
no final de junho. A liderança continua sendo dos EUA, com 53 mil novos casos,
contra 48 mil no Brasil, em segundo lugar.
Os números, para a entidade,
são provas de que a pandemia não está nem perto de seu final. Os dados são
coletados com um atraso de cerca de 24 horas, já que precisam incluir números
de todos os 193 países. No total, a agência soma 10,9 milhões de casos e 523
mil mortes no mundo.
O novo recorde é ainda
acompanhado pela notícia de que dois dos quatro tratamentos sob testes não
funcionaram. A hidroxicloroquina é considerado pelo governo de Jair Bolsonaro
como uma das esperanças de tratamento da covid-19 e chegou a ser alvo de uma
cooperação entre o presidente brasileiro e Donald Trump. Nos EUA, a agência que
regula o mercado de remédios retirou também a autorização emergencial para o
uso do remédio.
Dias depois, à coluna, o
Itamaraty respondeu que "a doação de doses de hidroxicloroquina foi feita
pelo governo dos Estados Unidos e muito bem recebida pelo governo
brasileiro".
"A doação chegou ao
Brasil por via aérea e foi entregue ao Ministério da Saúde, a quem cabe a
distribuição", disse a chancelaria, no dia 26 de junho.
Hoje, de acordo com um
comunicado de imprensa, a OMS aceitou a recomendação do comitê que avalia os
testes intencionais e que foram criados em março para encontrar um tratamento
COVID-19 eficaz para pacientes hospitalizados.
Além da hidroxicloroquina,
também foi retirado o lopinavir/ritonavir do processo.
"O Comitê Diretor
Internacional formulou a recomendação à luz das evidências para
hidroxicloroquina e para lopinavir/ritonavir e de uma revisão das evidências de
todos os estudos apresentados na Cúpula da OMS sobre pesquisa e inovação
COVID-19 de 1-2 de julho", indicou.
"Esses resultados de
ensaios interinos mostram que a hidroxicloroquina e o lopinavir/ritonavir
produzem pouca ou nenhuma redução na mortalidade de pacientes internados na
COVID-19 quando comparados ao padrão de atendimento", destaca a OMS.
"Os pesquisadores dos
testes interromperão os ensaios com efeito imediato", apontou.
"Para cada um dos
medicamentos, os resultados interinos não fornecem evidências sólidas de
aumento da mortalidade", indicou. Mas a entidade alerta que "alguns
sinais de segurança" associados a um segundo teste ligado às operações da
agência.
De acordo com a OMS, a
decisão de suspender o teste se aplica apenas à condução dos testes em
pacientes hospitalizados e "não afeta a possível avaliação em outros
estudos de hidroxicloroquina ou lopinavir/ritonavir em pacientes não
hospitalizados ou como profilaxia pré ou pós-exposição para a
COVID-19"./UOL
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