Após audiência de custódia, o prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, permanecem presos. A audiência aconteceu nesta quinta-feira (16), no Fórum Federal Prof. José Frederico Marques, em Santos, no litoral de São Paulo. Entretanto, segundo apurado pelo G1, ainda não houve decisão do Tribunal e eles retornaram para a penitenciária.
Ambos os políticos foram presos em flagrante pela Polícia Federal (PF), na quarta-feira (15), durante a 'Operação Nácar', que apura um esquema de desvio de dinheiro na rede pública de saúde.
Por volta das 14h50, os dois
foram conduzidos pela própria PF para audiência de custódia no Fórum Federal de
Santos. Até o momento, Suman e Nicolau responderão às investigações presos e
ambos retornarão para a Penitenciária 1 de São Vicente.
Os imóveis de Suman e Nicolau foram alvos da investigação da Operação Nácar nesta quarta. Após prestarem depoimento na Delegacia da Polícia Federal, em Santos, o prefeito e o secretário de Educação foram presos em flagrante e levados à penitenciária, onde passaram a noite, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
A vice-prefeita de Guarujá, Adriana Machado (PSD), anunciou no início da tarde desta quinta-feira (16), que assumiu a administração municipal. Ela disse, por meio de nota, que ficará no cargo até que Suman reassuma suas funções na Prefeitura.
A advogada que representa
Nicolau compareceu ao Fórum, na manhã desta quinta-feira, e declarou, sem se
identificar, que em um momento oportuno irá se manifestar. O G1 não localizou o
advogado do prefeito Válter Suman.
Operação Nácar
A investigação começou no início do ano quando o Ministério Público do Estado de São Paulo indicou que haviam indícios de irregularidades no contrato entre a Prefeitura de Guarujá e a Organização Social Pró-Vida, que era responsável pela administração da UPA da Rodoviária e 15 Unidades de Saúde de Família (Usafa). O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal e para a PF por envolver verba pública.
Nesta quarta-feira (15),
durante a operação, agentes da Polícia Federal, por volta das 6h, chegaram ao
Paço Municipal de Guarujá, localizado na Avenida Santos Dumont, 800, na Vila
Santo Antônio. Eles se dirigiram ao local para cumprir mandados de busca e
apreensão e também foram ao prédio onde ficam as secretarias municipais.
Segundo informações obtidas pelo G1, em Guarujá, uma quantia em dinheiro, dois carros e uma motocicleta foram apreendidos pela Polícia Federal. Os agentes também estiveram em um prédio de luxo localizado na rua Carolino Rodrigues, no Boqueirão, em Santos.
Os policiais também foram nos imóveis do prefeito e do secretário de Educação. Ambos foram levados para a Delegacia da Polícia Federal de Santos e foram presos.
A Prefeitura de Guarujá confirmou, em nota, que os agentes da Polícia Federal estiveram nos paços municipais, e tiveram acesso a documentos e processos. A operação da Polícia Federal está sob sigilo.
Prefeitura
A Prefeitura de Guarujá, por meio de nota, afirma que conheceu o teor das investigações apenas a partir de informações veiculadas pela imprensa, tomando conhecimento de que se trata de denúncia acerca da gestão dos contratos que o município manteve com a Organização Social (OS) Pró Vida, que, até março deste ano, geria 15 Unidades de Saúde da Família e a UPA Dr. Matheus Santamaria (UPA Rodoviária).
A prefeitura alega também que
os contratos em questão sofreram intervenção municipal decretada pelo prefeito
Válter Suman, baseada em suspeitas de irregularidades e má gestão por parte da
OS, que iam desde o não pagamento de salários, verbas rescisórias e
fornecedores até falhas nas prestações de contas e perigo de desassistência ao
público.
Ainda de acordo com o município, como não havia atendimento às notificações emitidas constantemente pela Secretaria Municipal de Saúde, o prefeito decidiu pela intervenção, processo que culminou com a desqualificação da OS, decretada em julho, seguida por uma ação civil pública oferecida pelo município ao Judiciário, na qual é requerida, inclusive, ressarcimento de valores pela OS aos cofres públicos./G1
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