“Galera do Barranco”, “Força Jovem” e “Equipe Punho Marrado”. Esses são os nomes de alguns grupos formados por jovens de Palmópolis, uma das cidades mais atingidas pelas chuvas no baixo Jequitinhonha, em Minas Gerais, e que estão socorrendo os moradores que perderam quase tudo na enchente.
A “Galera do Barranco” pega pesado. Com enxada, pás e carrinhos de mão, eles estão desobstruindo passagens em casas e ruas de Palmópolis. A equipe “Força Jovem” é formada por adolescentes, que limpam as casas de pessoas idosas ou de quem está muito necessitado da limpeza.
Karen Trindade Ramos, uma das líderes do grupo, disse que nos últimos dias, eles trabalharam muito. “A gente faz isso tudo de coração”, disse, lembrando que o grupo tem cerca de 60 jovens, a maioria formada por meninas. Com vassouras, rodos e baldes, para eles não tem tempo ruim. A ordem é trabalhar. E com alegria.
Nas trilhas de Dois de Abril
Quem vai mais longe são os trilheiros da “Equipe Punho Marrado”, que colocaram suas motos de trail nas trilhas em direção ao distrito de Dois de Abril e povoado de Já, que estão isolados desde 8 de dezembro.
Para chegar ao distrito e ao povoado, a missão somente pode ser cumprida pelos helicópteros da Polícia Militar e pelas motos de trilha. Edinaldo Oliveira, o motoqueiro que organizou o grupo, disse que as comunidades isoladas fizeram festa quando eles chegaram. “Os moradores nos disseram que a felicidade deles era saber que não foram esquecidos”, disse.
No fim de semana, os motoqueiros levaram medicamentos, cestas básicas e velas para as famílias que estavam sem energia elétrica e sem comida. Nesta terça-feira (14/12), os trilheiros voltaram vencendo os obstáculos e levando óleo diesel para as máquinas que trabalham na estrada de acesso a Dois de Abril.
Eles levaram o combustível em garrafas pet, de 1,5 litro, dentro de sacos de fibra. Com o combustível, as máquinas não vão parar de trabalhar e, nos próximos dias, devem restabelecer o acesso a Dois de Abril e Jeribá.
O prefeito de Palmópolis, Marcelo Fernandes, que está acompanhando de perto os trabalhos, disse que ainda não recebeu em seu município as máquinas do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER/MG). Disse que alugou uma máquina e aguarda uma outra, emprestada pela Prefeitura de Rubim.
Vakinha eletrônica
Randal Renye, outro jovem de Palmópolis que vestiu a camisa da solidariedade, teve outra ideia: criou uma vakinha eletrônica para arrecadar R$ 30 mil, e destinar o dinheiro para as famílias necessitadas. “A intenção é investir o dinheiro em itens que as famílias estiverem precisando”, disse.
No pedido de doação para a Vakinha, Renye explicou que sua cidade foi atingida pelo maior desastre natural de sua história, causado por um ciclone extratropical formado no Oceano Atlântico.
“Choveu mais de 400mm e isso fez transbordar o Rio Jucuruçu, que cruza a cidade de Palmópolis. O rio alagou e derrubou várias casas do Bairro Nossa Senhora de Fátima e de outros bairros de Palmópolis, deixando várias famílias desabrigadas, perdendo seus móveis, documentos e sua dignidade. A vaquinha tem o objetivo de arrecadar fundos para ajudar financeiramente os mais necessitados”, escreveu Renye no seu pedido./noticia
Quem quiser ajudar Palmópolis acessar a Vakinha e fazer a doação.
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