O senador Jaques Wagner (PT) sacramentou, em reunião com aliados na noite de quinta-feira, a sua saída da disputa pelo governo da Bahia. O PT vai anunciar nos próximos dias o apoio à pré-candidatura do senador Otto Alencar (PSD).
Pelo acordo firmado, o governador Rui Costa (PT) renunciará ao mandato até o dia 2 de abril para concorrer ao Senado. Com isso, João Leão (PP) governará o estado por nove meses.
Em reunião com Lula na última terça-feira, em São Paulo, Wagner já havia revelado que não tinha vontade de ser candidato. O senador petista ainda tem mais quatro anos de mandato. Restava, porém, convencer Otto a se candidatar a governador.
O senador do PSD tinha preferência por concorrer a um novo mandato. Mas um de seus mais próximos aliados afirmou na noite de quinta-feira que ele aceitará entrar na disputa pelo governo se Wagner realmente desistir de sua pré-candidatura e houver o aval de Lula.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, vinha mostrando contrariedade com a possibilidade de Otto disputar o governo. O assunto passou a ser debatido depois que o senador do PSD, Costa e Wagner se reuniram com Lula, na semana passada em São Paulo.
O apoio do PT a um candidato
a governador do PSD no quarto estado do país com mais eleitores, de quebra,
serve como um gesto de agrado ao partido presidido por Gilberto Kassab. Lula
quer atrair o PSD para a aliança nacional.
A escolha de Wagner para disputar o governo havia sido definida por Lula, em viagem à Bahia, em agosto do ano passado. Otto concorreria ao Senado e Rui Costa cumpriria o seu mandato de governador até o fim.
Há divergências sobre os motivos da mudança de cenário. Os aliados de Wagner dizem que Costa se empolgou com pesquisas internas que mostraram a sua alta popularidade e passou a se colocar como candidato a senador. A sua entrada na disputa levaria a um rompimento da aliança com PP e PSD.
Já os petistas ligados ao governador afirmam que Wagner começou a manifestar vontade de desistir de disputar novamente o cargo que ocupou entre 2007 e 2014. A partir daí, Costa se colocou, com o objetivo apenas de reforçar a chapa.
O principal adversário de Otto na corrida pelo governo da Bahia será o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que deixou o comando da capital do estado com altos índices de aprovação./cartacapital
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