A tradicional cena de dezenas de usuários de drogas
concentrados na região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, deu
lugar ao vazio nesta semana. Populares e comerciantes relataram surpresa ao
verem as ruas livres da aglomeração que se tornou símbolo do abandono social e
da falência de políticas públicas ao longo de décadas.
Sem aviso prévio ou
operação policial visível, a movimentação intensa desapareceu de forma
repentina. A pergunta que ecoa entre moradores, autoridades e a imprensa é:
para onde foram os "cracudos"? Especialistas afirmam que o
desaparecimento súbito pode indicar uma operação não divulgada da prefeitura em
conjunto com a Polícia Militar, o que levanta questionamentos sobre a
transparência das ações adotadas.
A ausência de
usuários não significa solução do problema, apenas um deslocamento do
epicentro. Segundo ONGs que atuam na região, é comum que em momentos de
repressão silenciosa os usuários sejam levados para áreas periféricas, onde
ficam ainda mais vulneráveis e invisíveis ao poder público.
Enquanto a
Cracolândia parece ter sido "limpa", o drama da dependência química e
da exclusão social continua. Famílias seguem sem respostas, e a cidade, mais
uma vez, varre para debaixo do tapete uma tragédia humana que exige políticas
integradas de saúde, assistência social e moradia.
Sem informações
oficiais, cresce o temor de que a cidade esteja apenas mudando o cenário, não o
enredo. A pergunta segue no ar: para onde foram os cracudos? E até quando São
Paulo continuará ignorando a raiz do problema?
Da Redação Jucurunet
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