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terça-feira, 6 de maio de 2014

Sindicato e secretaria da Educação devem fumar o cachimbo da paz

Professores da rede municipal e a secretaria da Educação de Medeiros Neto protagonizaram uma queda de braço em razão de uma paralisação, no último dia 24, promovida por professores concursados, que defendem o reajuste salarial para os secretários e auxiliares de secretaria; a realização de concurso público; a liberação do FGTS que, segundo a presidente da delegacia da APLB, Eliene Miranda Silva Queroz, foi acordado para o prazo máximo de até março de 2014, e o pagamento da diferença salarial do reajuste do Piso Nacional, referente aos meses de janeiro a abril de 2013, e do mês de janeiro de 2014.

Por meio de nota a secretaria informou que no dia da paralisação as escolas funcionaram normalmente nos três turnos e que a atual administração “concedeu aos professores, no mês de fevereiro de 2014, um reajuste de 7,5% que, somados aos 7% de reajuste, em 2013, totaliza 14,5% de reajuste em menos de dois anos da administração, além de todos os demais direitos que preconiza o Plano de Cargos e Salário do Magistério, como 10% de gratificação de Atividade Complementar, 5% de gratificação de Estímulo ao Aperfeiçoamento Profissional, 2% Progressão Horizontal e 10% por Mudança de Nível”.

A representante dos professores, Eliene Miranda, contestou, dizendo que “as escolas funcionaram com mais de 90% de contratados e com pouquíssimos alunos nas salas de aula, onde foi observado pessoas leigas ministrando aulas, como foi o caso de uma servidora da área de serviços gerais e até mãe de aluno, que no dia da paralisação fizeram a função de educador”.

No dia anterior à paralisação, duas mensagens foram passadas à população através de carros de som e por meio da imprensa. Na primeira, de autoria da delegacia da APLB, não haveria aula em nenhuma escola da rede pública naquele dia. Na segunda mensagem, veiculada pela secretaria, informava aos pais que poderiam mandar os filhos à escola, pois haveria aula normalmente.

De fato uma caminhada saiu por volta das 8h30 da praça Nossa Senhora Aparecida, no bairro de mesmo nome, até a sede da prefeitura, no centro da cidade, e as salas de aula se mantiveram abertas. Parte dos alunos que estiveram presentes na sala de aula no dia em que houve a caminhada dos professores diz ter assistido a filmes ou participado de atividades recreativas que, a depender do contexto, é uma atividade que pode fazer parte de qualquer disciplina.

As duas mensagens, tão distintas entre si, deixaram confusos os pais e alunos que se viram desrespeitados pela contrainformação por parte de professores e da secretaria da Educação. As informações desencontradas só conseguiram mesmo desinformar e plantar a dúvida na sociedade que até hoje não sabe ao certo se o que aconteceu foram aulas ou paralisação. Os dois grupos da disputa em questão deveriam fazer uso do bom senso e, em uma mesa redonda, informar à população o que de fato aconteceu no dia 24 de abril, dia em que quem perdeu, frente a tanto blábláblá foram os alunos.

Manifestações pacíficas é uma forma de educar, afinal, uma sociedade que não busca por seus direitos acaba vivendo em gaiolas. Mas, acima de tudo, é necessário o cuidado para não prejudicar a sociedade em face da causa defendida e nem deixar de desenvolver a criticidade nos alunos que devem estar em constante busca de seus direitos. Quando alunos seguram cartazes avisando que na escola dele não houve paralisação a criticidade dele foi, no mínimo, prostituída. Mas, depois de tanto disse me disse, seria interessante que os dois lados dessa desnecessária e ferrenha queda de braço dialogassem e, finalmente, fumassem o cachimbo da paz./Radar58

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