Na via de acesso ao local do evento que Dilma participa, na capital de Mato Grosso do Sul, cerca de 50 manifestantes gritaram "impeachment", "fora, PT" e "Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro".
Entre os ativistas, estavam militantes do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso do Sul.
Segundo o coordenador geral do sindicato, Eliezer Inácio de Oliveira, os manifestantes foram impedidos de entrar no evento com Dilma com faixas e cartazes de protesto.
A presidente foi à inauguração da Casa da Mulher Brasileira, que reúne em um mesmo prédio delegacia especializada, Defensoria Pública, vara de Justiça e clínica de apoio psicológico às vítimas de violência. O modelo de atendimento deve ser implantado em todas as capitais.
No evento, parte da pateia, especialmente militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), vaiou a ministra Kátia Abreu (Agricultura) e o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP).
Ao chegar ao local, Dilma visitou a casa ao lado também das ministras Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ela não viu os manifestantes.
No evento, a petista discursou sobre a Casa e falou as ações contra violência contra as mulheres.
Não é a primeira vez que Dilma é vaiada em Campo Grande. Em 2013, ela recebeu vaias de ruralistas em protesto contra a demarcação de terras indígenas. Naquela ocasião, a presidente começou a ser vaiada assim que seu nome foi anunciado no alto-falante pelo locutor do evento. Gritos de "demarcação não" se repetiram enquanto Dilma entregava chaves de ônibus escolares a 78 prefeitos do Estado.
Constrangido, o então governador André Puccinelli (PMDB) chegou a ir ao microfone pedir "respeito" à presidente. Em discurso, Dilma afagou os manifestantes: "Ô gente, eu acho bom vocês gritarem. Democracia é isso".
Desde sua reeleição, em outubro passado, o governo baixou medidas impopulares, como redução de benefícios trabalhistas e previdenciários, aumento de impostos e corte de gastos.
O Planalto também enfrenta desgaste com a eleição, no último domingo (1º) do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto de Dilma, para a Presidência da Câmara.
O PT, que lançou Arlindo Chinaglia (SP) como candidato e teve empenho de ministros na campanha, sofreu uma derrota por larga vantagem (Cunha teve 267 votos, contra 136 do paulista) e ficará de fora dos principais postos da Casa.
Nesta segunda-feira (2), Dilma ligou para Cunha para cumprimentá-lo pelo resultado. Segundo o peemedebista, "foi uma conversa amistosa".
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