Apesar de insistir na tese de que a presidente Dilma Rousseff (PT) não cometeu crime de responsabilidade fiscal, o senador Otto Alencar (PSD-BA) admite que seu previsível afastamento do governo se consolidará graças à trajetória de isolamento político nos últimos anos.
“Ela não cometeu crime. O problema é a conjuntura atual que está levando a esse descrédito do governo. A presidente vai ser afastada por problemas administrativos, isolamento muito grande”, avaliou, em conversa com o apresentador Mário Kertész, na rádio Metrópole FM, nesta segunda-feira (2).
Otto considerou disse que a presidente demorou a mexer no tabuleiro do Palácio do Planalto para contornar os conflitos. “Quando Jaques Wagner chegou na Casa Civil encontrou um passivo político e administrativo quase que insolúvel para resolver. Eu acompanhei isso de perto, não tinha mais condição a dar”.
Em uma análise rápida sobre o vice-presidente Michel Temer (PMDB), Otto evitou polêmica: é muito sereno, tranquilo, me parece uma pessoa muito equilibrada, um político experiente.
Negou, porém, que esteja articulando espaço em seu eventual governo, apesar da interlocução do mandatário pessedista, Gilberto Kassab, nas conversas de Temer com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meireles (filiado ao PSD), cotado para o Ministério da Fazenda.
Otto afirmou que “Kassab não teve controle da bancada na votação na Câmara” e apenas oito dos 38 deputados do PSD votaram contra o impeachment. No Senado o partido também não fechará questão sobre o tema.
Hoje ele é o único senador do bloco PP-PSD contrário ao afastamento de Dilma. Ele conta que semanas antes da votação na Câmara eram oito senadores contra e dois a favor do impeachment, mas depois da aprovação da admissibilidade do processo o cenário mudou completamente. “É uma mudança com uma perspectiva de poder”, afirmou./bocaonews
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