Conheço Wagner há 32 anos e não conheço quem fez a delação. Confio na palavra dele. A declaração é do governador Rui Costa quando provocado sobre a inclusão do nome do ministro do gabinete pessoal da presidência, Jaques Wagner, no inquérito da Operação Lava Jato.
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Jaques Wagner e outros 29 políticos, entre eles o ex-presidente Lula, no maior inquérito da Lava Jato.
Janot acolheu trecho da delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Nela, Cerveró diz que a campanha de Wagner a governador em 2006 foi financiada por propina da Petrobras.
Para Rui Costa, o instrumento da delação premiada é um “estimulo para quem quer reduzir a sua pena porque foi pego em irregularidade e aí a metralhadora sai atirando. Quanto o maior número de tiros, menor será a sua pena”.
Segundo ele, depois de homologada a delação, o delator tem automaticamente a pena reduzida, independentemente das provas que apresente. “A redução foi concedida diante do que foi verbalizado. Ninguém sabe se é verdade ou não”, disse Rui.
De acordo com a Lei 12.850/2013, a eficiência do acordo é julgada pelo juiz, na sentença, que não pode condenar apenas com base nas declarações do colaborador, devendo possuir provas.
O governador Rui Costa cita o vice-governador João Leão (PP), que foi citado na Lava Jato, mas até o momento não foi indiciado. “A depender da ênfase que se dá àquela pessoa, ela já está condenada a priori. No senso comum ela está condenada. É o caso do meu vice, quando saiu a autorização para ele ser investigado. Se passaram dois anos e até agora não chegou a nenhum elemento contra ele, mas teve todo o desgaste a sua imagem, à sua família, que deve ter sofrido”, avaliou.
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