O o sargento da Polícia
Militar (PM) Fabio Cavalcante e Sá foi vítima de disparos de arma de fogo nesta
manhã (26), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Este foi o centésimo
policial morto desde o início do ano.
De acordo com a Polícia
Militar, o agente chegou a ser levado para a Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) de Nilo Peçanha, em Duque de Caxias, mas não resistiu aos ferimentos.
Equipes do 21ºBatalhao (São João de Meriti) estão no local para apurar mais
informações e tentar localizar suspeitos.
A violência no Rio tem
deixada cada vez mais vítimas, sobretudo, moradores de comunidade pobres.
Somente na favela do Jacarezinho, zona norte, foram sete mortes de civis nas
duas últimas semanas.
Ontem, a Justiça do Rio
cancelou o mandado de busca e apreensão que permitia à polícia ingressar em
qualquer residência da favela do Jacarezinho e em outras quatro comunidades da
região norte da cidade. Um policial civil também foi morto na localidade na
semana passada.
Por causa da violência, a
Secretaria Estadual de Educação suspendeu as aulas em 15 escolas da região por
tempo indeterminado. Ontem também, moradores das favelas mais atingidas pela
violência realizaram um dia de mobilização pelas redes sociais com a hashtag
vidasnafavelaimportam.
Em carta aberta publicada na
manhã de hoje no site da corporação, o Comandante Geral da Polícia Militar
(PM), Wolney Dias, disse que o sentimento é de tristeza pelas perdas e de
revolta “pela omissão de grande parte da sociedade que se nega a discutir com
profundidade um tema de tamanha relevância”. O comandante criticou a “mídia
tradicional” por, segundo Dias, estar esperando ansiosamente pelo número 100 de
policiais mortos e disse que as vítimas "não são apenas números".
Ainda segundo ele, um
criminoso portando um fuzil de guerra e atacando um policial deve ser tratado
como terrorista e a PM não pode ser responsabilizada pela crise econômica e
pela falta de investimento em projetos sociais.
“Cabe à Polícia Militar
enfrentar os efeitos de todos esses indutores de violência. Somos a última
barreira entre a ordem e o caos. Estamos fazendo o possível e o impossível para
ampliar ao máximo o policiamento ostensivo. E pagando injustamente uma conta
que não é apenas nossa. É de todos”, diz o a carta. “A sociedade precisa fazer
a sua parte. Precisa refletir com seriedade sobre as causas da violência e se
mobilizar para construir um novo cenário. A mídia tem um papel fundamental como
força aglutinadora”.
Devido à gravidade da crise
de segurança pública no estado, as Forças Armadas têm atuado em algumas
comunidades do Rio de Janeiro, desde 28 de julho, com previsão de permanência
até o fim do ano que vem. Na semana passada especialistas em segurança pública
e integrantes da sociedade civil organizada criaram uma comissão para monitorar
os impactos das ações das forças federais no estado.
Em nota, o Governo do Rio
informou que lamenta a morte do sargento e se solidariza com a família e amigos
do PM e de todos os colegas policiais assassinados. "Um criminoso que
porta fuzil e mata policial deve ser tratado como terrorista, e o Estado
defende o endurecimento da legislação penal. Segurança é prioridade para o
nosso governo, que promoveu mudanças recentes na política de pacificação
visando, sobretudo, à preservação da vida.
Os governos estadual e
federal, integrados, vêm lutando para salvar vidas", diz a nota. Ainda
segundo o governo de Luiz Fernando Pezão, diversas ações já tiveram
início,"no entanto os amplos resultados não são imediatos".
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