Cerca de 150 famílias do
Movimento Sem Terra (MST) ocuparam, no último final de semana, uma área que
pertence ao Conjunto de Fazendas São Francisco, na região da Cascalheira,
cidade de Itabela, no extremo sul da Bahia. De acordo com os ocupantes, a área está
abandonada há 10 anos, após a morte do proprietário. A ocupação continua nesta
quarta-feira (23), e segundo os Sem Terra, eles permanecerão lá por tempo
indeterminado.
“São 1.320 hectares. É uma
área que não cumpre função social. Só tem dois caseiros empregados”, disse o
líder do MST na região, Uelton Pires. Ele afirma que um advogado da fazenda se
apresentou ao grupo que ocupa o local e tem interesse de negociar sobre a
ocupação. Foi marcada uma reunião em 15 dias para discutir o assunto.
Cerca de 40% dos 1.320
hectares do conjunto de fazendas são compostos por área de reserva, uma mata
nativa associada ao plantio de cacau, mas os ocupantes garantiram que vão
proteger a Mata Atlântica e as nascentes.
Os manifestantes não ocuparam
a sede, e permitiram que os dois caseiros continuassem morando no local. Eles
disseram que querem usar a área de pastagens para o plantio de hortaliças,
frutas e verduras. Os integrantes do movimento querem que o Incra vá até o
local cadastrar as famílias e vistoriar a terra para que seja incluída como
assentamento.
Procurada pela reportagem, a
Superintendência Regional do Incra na Bahia disse que não foi oficialmente
comunicada sobre o ocorrido. O órgão afirmou ainda que imóveis rurais ocupados
não podem passar por ações do Incra conforme Decreto 2.250/1997, que impede
qualquer ato da autarquia no prazo de dois anos a contar da data de sua
desocupação./G1 BA
Nenhum comentário:
Postar um comentário