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domingo, 3 de setembro de 2017

Bloco parlamentar incorre no mesmo erro da prefeita e seu testa de ferro



O bloco parlamentar, formado por cinco vereadores da Câmara de Itanhém, durante a sessão itinerante que aconteceu no distrito de Batinga, no último dia 31, tomou um posicionamento que, do ponto de vista político é, sem nenhuma dúvida, antipopular. O bloco é formado por Audrey Correia (PR), Deilton Porto, o Caboquinho (DEM), André Correia (PHS), Whyndson Mendes, o Nem Mendes (PP) e Luiz Marcos Villas Boas, o Marquinhos (PSB).

Na reunião em Batinga, Sasdelli Resende (PSDB), que é vice-presidente do Legislativo Municipal, apresentou, em benefício daquele distrito, um projeto de lei para dar nome a uma praça e duas indicações para pavimentar três ruas e urbanizar uma área existente em frente à Igreja Católica. O projeto foi aprovado pelos sete vereadores presentes, já as indicações foram reprovadas pelos quatro vereadores do bloco parlamentar. Marquinhos não se fazia presente à sessão, mas sabe-se que comunga do mesmo pensamento.

No dia 29 de junho, quando o bloco se apresentou oficialmente e fez questão de rejeitar o rótulo de oposição, ficou claro que a sua criação se deu em razão da inabilidade política da prefeita Zulma Pinheiro e de seu irmão Álvaro Pinheiro que, além de ocupar a pasta da Educação é o maior articulador político da prefeita. Nesse dia, os vereadores do bloco se mostraram insatisfeitos com a forma como a prefeita vem conduzindo a administração municipal na execução de obras, privilegiando – segundo o bloco parlamentar – apenas os vereadores Sasdelli Resende (PSDB), Gelson Picoli (PSDB), Valdemar Oliveira dos Santos, o Dema (PT) e Ronaldo Correia (PC do B).

Por mais que o bloco parlamentar tenha a liberdade de se posicionar como bem achar que deve, não é necessário queimar nenhum neurônio a mais para compreender que a atitude dos vereadores está iminentemente ligada à desatenção que eles sofreram por parte da prefeita.

As alegações do bloco para não aprovar as indicações do colega foram a crise econômica, a existência de outras prioridades no distrito e a falta de previsão de orçamento. Diante disso, entende-se que, na visão deles, as proposições de Sasdelli não passariam de engodo político, que apenas fariam criar expectativas na população, sem a certeza da realização das obras. Bem convincente seria o argumento do bloco se assim, em grupo ou isoladamente, os cinco vereadores estivessem agindo desde o início de seus mandatos.

A decisão deles é, sob qualquer ângulo que se queira ver, antipática aos olhos de qualquer cidadão que viva no município de Itanhém. É também a demonstração inequívoca de que, em sua essência, a decisão se trata de uma retaliação à prefeita Zulma Pinheiro. Há também quem diga que se trate de uma estratégia para que Sasdelli, com o apoio da máquina administrativa, não se torne o representante de Batinga, uma vez que, de lá, nenhum candidato foi eleito.

Tornar-se representante daquele distrito não seria ruim para nenhum vereador, principalmente para Sasdeli, que teve apenas 342 votos e dependeu do cálculo do quociente eleitoral para se eleger. Ruim será para o bloco parlamentar, se continuar com a briguinha de Tom e Jerry, fazendo opções por medidas antipopulares.

É possível fazer oposição, inclusive admitir o rótulo, sem cair na antipatia popular. O bloco tem nas mãos a possibilidade de eleger o próximo presidente do Legislativo Municipal; claro, se até lá nenhum dos cinco se vender por pagamento de nota promissória de empréstimo feito à juros, por carro novo ou por um maço de 20 ou 30 mil reais.


Com a Câmara na mão e uma dose adequada de estratégia e inteligência, o bloco certamente cairá na graça do povo e poderá até dar às cartas para a eleição do próximo prefeito do município. O que os cinco vereadores do bloco parlamentar não podem nunca é incorrer na mesma inabilidade da prefeita e de seu testa de ferro, que provocaram o afastamento dos vereadores e a consequente criação do bloco./aguapretanews

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