O bloco parlamentar, formado
por cinco vereadores da Câmara de Itanhém, durante a sessão itinerante que
aconteceu no distrito de Batinga, no último dia 31, tomou um posicionamento
que, do ponto de vista político é, sem nenhuma dúvida, antipopular. O bloco é
formado por Audrey Correia (PR), Deilton Porto, o Caboquinho (DEM), André
Correia (PHS), Whyndson Mendes, o Nem Mendes (PP) e Luiz Marcos Villas Boas, o
Marquinhos (PSB).
Na reunião em Batinga,
Sasdelli Resende (PSDB), que é vice-presidente do Legislativo Municipal,
apresentou, em benefício daquele distrito, um projeto de lei para dar nome a
uma praça e duas indicações para pavimentar três ruas e urbanizar uma área
existente em frente à Igreja Católica. O projeto foi aprovado pelos sete
vereadores presentes, já as indicações foram reprovadas pelos quatro vereadores
do bloco parlamentar. Marquinhos não se fazia presente à sessão, mas sabe-se
que comunga do mesmo pensamento.
No dia 29 de junho, quando o
bloco se apresentou oficialmente e fez questão de rejeitar o rótulo de
oposição, ficou claro que a sua criação se deu em razão da inabilidade política
da prefeita Zulma Pinheiro e de seu irmão Álvaro Pinheiro que, além de ocupar a
pasta da Educação é o maior articulador político da prefeita. Nesse dia, os vereadores
do bloco se mostraram insatisfeitos com a forma como a prefeita vem conduzindo
a administração municipal na execução de obras, privilegiando – segundo o bloco
parlamentar – apenas os vereadores Sasdelli Resende (PSDB), Gelson Picoli
(PSDB), Valdemar Oliveira dos Santos, o Dema (PT) e Ronaldo Correia (PC do B).
Por mais que o bloco
parlamentar tenha a liberdade de se posicionar como bem achar que deve, não é
necessário queimar nenhum neurônio a mais para compreender que a atitude dos
vereadores está iminentemente ligada à desatenção que eles sofreram por parte
da prefeita.
As alegações do bloco para
não aprovar as indicações do colega foram a crise econômica, a existência de
outras prioridades no distrito e a falta de previsão de orçamento. Diante disso,
entende-se que, na visão deles, as proposições de Sasdelli não passariam de
engodo político, que apenas fariam criar expectativas na população, sem a
certeza da realização das obras. Bem convincente seria o argumento do bloco se
assim, em grupo ou isoladamente, os cinco vereadores estivessem agindo desde o
início de seus mandatos.
A decisão deles é, sob
qualquer ângulo que se queira ver, antipática aos olhos de qualquer cidadão que
viva no município de Itanhém. É também a demonstração inequívoca de que, em sua
essência, a decisão se trata de uma retaliação à prefeita Zulma Pinheiro. Há
também quem diga que se trate de uma estratégia para que Sasdelli, com o apoio
da máquina administrativa, não se torne o representante de Batinga, uma vez
que, de lá, nenhum candidato foi eleito.
Tornar-se representante
daquele distrito não seria ruim para nenhum vereador, principalmente para
Sasdeli, que teve apenas 342 votos e dependeu do cálculo do quociente eleitoral
para se eleger. Ruim será para o bloco parlamentar, se continuar com a
briguinha de Tom e Jerry, fazendo opções por medidas antipopulares.
É possível fazer oposição,
inclusive admitir o rótulo, sem cair na antipatia popular. O bloco tem nas mãos
a possibilidade de eleger o próximo presidente do Legislativo Municipal; claro,
se até lá nenhum dos cinco se vender por pagamento de nota promissória de
empréstimo feito à juros, por carro novo ou por um maço de 20 ou 30 mil reais.
Com a Câmara na mão e uma
dose adequada de estratégia e inteligência, o bloco certamente cairá na graça
do povo e poderá até dar às cartas para a eleição do próximo prefeito do
município. O que os cinco vereadores do bloco parlamentar não podem nunca é
incorrer na mesma inabilidade da prefeita e de seu testa de ferro, que
provocaram o afastamento dos vereadores e a consequente criação do
bloco./aguapretanews
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