Rogéria faleceu na noite de
hoje após voltar a ser internada em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio. A
informação foi divulgada por Divina Valéria e pelo empresário da artista,
Alexandro Haddad, em telefonema a amigos. Uma fonte próxima à artista também
confirmou a informação à Marie Claire.
Uma de suas últimas aparições
públicas foi na Parada LGBT, em São Paulo, ao lado de Leandra Leal. Procurada
por Marie Claire, a atriz, que dirigiu o filme "Divinas Divas", se
disse muito abalada com a perda.
O cartunista Chico Caruso
lembrou com emoção como era trabalhar com ela. "Rogéria era uma artista
maravilhosa. Era mais fácil trabalhar com ela do que com qualquer pessoa. Era
só acender a luz que ela brilhava. Era sensasional. Ela se dizia a travesti da família
brasileira. Ela levava a família brasileira pra ver seus shows. Nunca enchemos
uma casa com shows como os dela. Era sensacional", lamentou.
O produtor e empresário da
artista, Alexandro Haddad, havia falado sobre o estado de saúde de Rogéria ao
programa “A Casa é Sua”, da Rede TV. "Ela estava bem até o início da
tarde. Mas, por volta das 14h30, a médica nos chamou para informar que Rogéria
teve uma convulsão e está com infecção generalizada. Estou sem chão! Essa
situação provocou danos neurológicos que ainda não sabemos quais são. Eu queria
repassar para as pessoas que ela estava bem, melhorando. Mas hoje ela
piorou", lamentou. O quadro clínico, desde então, piorou.
CARREIRA
Antes de se tornar famosa,
Rogéria trabalhou como maquiadora na TV Rio. Lá, foi incentivada a ingressar no
universo das artes cênicas, encontrando sua verdadeira vocação como atriz. Sua
estreia foi em 29 de maio na Galeria Alaska.
Seu nome artístico surgiu em
um concurso de Carnaval onde se apresentou como Rogério. Ao final do show, a
plateia a ovacionou aos gritos de Rogéria. Astolfo Barroso Pinto, seu nome de
batismo, deixou, então, de ser usado.
Por três anos foi vedete de
Carlos Machado, onde alcançou o sucesso. Ao final deste período, decidiu tentar
carreira internacional. Viajou para Angola, Moçambique e seguiu para a Europa.
Em Paris, virou estrela de renome graças a sua temporada na boate Carrousel
entre os anos de 1971 e 1973.
De volta ao Brasil,
participou de diversas produções. Chegou a ganhar, em 1979, o Prêmio Mambembe
de atriz revelação pela peça "O Desembestado", de Aderbal
Freire-Filho.
Também estrelou vários filmes
no cinema, entre eles “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal. “Eu devia ter
uns 7 anos. Lembro de estar correndo nos bastidores e uma mão forte me puxou.
Virei e uma mulher disse: ‘Você é loura e branca como eu. Quando quiser ficar
com as bochechas rosa, não precisa passar blush, belisque como a Scarlett
O’Hara em E o Vento Levou...”, disse Leandra sobre Rogéria em recente
entrevista à Marie Claire.
A artista também foi figura
frequente em programas de auditório, como do lendário Chacrinha, bem como de
Luciano Huck e Gilberto Barros, onde participou como jurada.
Em 2016, lançou sua biografia
“Rogéria – Uma mulher e mais um pouco”, de Marcio Paschoal./G1
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