A Secretaria Especial de
Comunicação Social da Presidência da República (Secom) divulgou, no fim da
tarde desta sexta-feira (29) nota em que classifica de "grande
armação" o conteúdo das gravações feitas pelos executivos Joesley Batista
e Ricardo Saud, do grupo JBS. A nota da Secom cita os mais recentes vazamentos
de conversas entre Joesley, Saud e advogados do grupo.
“A cada nova revelação das
gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande
armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma
sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para
atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e
tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país”, diz o texto.
Nos áudios divulgados pela
revista Veja, os executivos falam sobre o acordo de delação premiada que estava
sendo firmado com a Procuradoria-Geral da República e as chances de conseguirem
obter os benefícios que buscavam. Para a Secom, os áudios revelam uma
“conspiração” contra o presidente.
Na nota, a Secom reproduz
inclusive termos chulos, usados em um trecho de conversa de Saud com Joesley e
o diretor-jurídico da J&F, Francisco de Assis Silva.
“As acusações caem uma após a
outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses.
'Eles querem f...r [o termo foi omitido para publicação nesta matéria] o PMDB',
sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por
Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da
JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta: 'Viu, seguinte, Joesley, no
momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa
do caixão'”, acrescenta a nota da Secom.
Joesley e Saud estão presos
há pouco mais de duas semanas por suspeita de omissão de informações durante o
acordo de delação premiada. A prisão foi pedida pelo então procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pouco antes de deixar o cargo. Janot foi responsável
pelo com os dois executivos, firmado meses antes.
“O país não pode ficar nas
mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e
paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de
emprego. […] Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para
apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em
todas as esferas”, conclui a nota.
Denúncia
O presidente Michel Temer,
que enfrenta a segunda denúncia na Câmara dos Deputados, enviada por Janot
pouco antes de deixar o cargo, foi para São Paulo nesta sexta-feira, para se
encontrar com o jurista Antônio Cláudio Mariz, seu amigo e advogado na defesa
da primeira denúncia, já rejeitada pelos deputados.
Íntegra da nota da Secom:
A cada nova revelação das
gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande
armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma
sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar
a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar
paralisar o processo de recuperação da economia do país.
Agora, descobre-se que
integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação
que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente. “Eu acho,
Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito
claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma
expectativa maior”. E isso dito por Ricardo Saud, uma das vozes usadas para
atacar o presidente por dias, semanas, meses no noticiário nacional.
As acusações caem uma após a
outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses.
“Eles querem f...r o PMDB”, sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber
que está sendo grampeado por Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da
ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis
acrescenta:
“Viu, seguinte, Joesley, no
momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa
do caixão”. Falavam sobre Lúcio Funaro, delator que foi incluído numa segunda
denúncia contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo
Janot, cujas ambições de comandar o país são ressaltadas pelos delatores.
“Janot quer ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”, diz
Joesley. Funaro, por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e
a Justiça em delação anterior. Não mudou suas práticas.
O país não pode ficar nas
mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e
paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de
emprego. Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da
Santa Inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes.
Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses
fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as
esferas."/agenciabrasil
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