Pré-candidato à presidência,
o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse ontem (sexta-feira) que, "se Deus
quiser", Lula vai ser condenado no julgamento marcado para o dia 24, em
Porto Alegre. Ele afirmou, no entanto, que caso isso ocorra, o Brasil pode ter
"problemas sérios" de segurança em Porto Alegre e outras cidade
brasileiras. "Tem que estar alerta no Brasil todo, o pessoal da esquerda
não quer lagar o poder, a carta na manga é Lula", disse em entrevista a
jornalistas, no Recife, após anúncio de acordo para concorrer à presidência
pelo PSL, partido criado pelo empresário pernambucano Luciano Bivar.
Sem Lula no páreo, Bolsonaro
disse que o "regra três" é o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE). O
deputado acredita que tem duas vantagens em relação aos demais pré-candidatos.
"Muitos estão envolvidos na Lava-Jato e, se você ouvir as pessoas, a
questão da honestidade é prioridade", afirmou. A outra vantagem, disse, é
o fato de ter disciplina e noção de hierarquia adquiridas no Exército,
"coisa que a sociedade brasileira está carente".
Segundo Bolsonaro, quando seu
nome começou a crescer nas pesquisas, "a grande mídia" colocou o PSDB
na direita e ele na extrema esquerda. "Agora dizem que os extremos devem
ser evitados, eu não mudei nada. PMDB, PSDB, PR e PP querem fazer um grande
ajuntamento de centro e ali que estaria a virtude. Costumo dizer: estão se
unindo para levar um tiro só", disse. "Vai ser briga de Davi contra
Golias. Não temos fundo partidário, não temos tempo de televisão, mas temos o
povo ao nosso lado", disse, e ressaltou que o nome PSL deve permanecer com
a sua chegada ao partido.
O deputado deixou claro que a
parceria com o PSL é estratégica para que tanto ele quanto o partido possam
sobreviver à cláusula de barreira. Há também convergência de propostas, como a
ideia de que o país precisa de uma simplificação tributária, ainda que não seja
necessariamente um imposto único federal defendido por Luciano Bivar.
"Temos conversado com Paulo Guedes e eu com Marcos Cintra. Ambos são
economistas de nome interessados em apresentar a proposta. No momento oportuno
essa equipe vai mostrar uma proposta econômica que seja factível e passando
pelo crivo do candidato", afirmou Bivar.
O empresário minimizou o
afastamento da corrente Livres e disse que espera que dentro de pouco de tempo
o "Livres e MBL vão juntar-se a nós".
Bolsonaro disse que em breve
deve anunciar novos nomes para a sua equipe nas áreas de defesa e educação.
"Eu sou o único que estou montando a equipe antes, geralmente o pessoal
monta a equipe depois na base da negociação, estou abrindo o jogo", disse.
O deputado falou da
necessidade revisão do pacto federativo, de extinção de parte das estatais
criadas no governo do PT e da reforma trabalhista. "O trabalhador vai ter
que decidir, menos direto e emprego ou todos os direitos e desemprego." Ao
mesmo tempo, Bolsonaro criticou o formato atual da reforma da previdência com
idade mínima. Sobre a privatização da Eletrobras, disse que ainda não vai bater
o martelo. "Entendo que o setor energético é estratégico",
disse./politica
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