O Ministério da Saúde
atualizou nesta quarta-feira (25) as informações repassadas pelas secretarias
estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. Atualmente, o país
enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. No entanto, os surtos
estão relacionados à importação.
Isso ficou comprovado pelo
genótipo do vírus (D8) que foi identificado, que é o mesmo que circula na
Venezuela. Até o dia 17 de julho, foram confirmados 519 casos de sarampo no
Amazonas, 3.725 permanecem em investigação. O estado de Roraima confirmou 272
casos da doença e 106 continuam em investigação.
Além disso, alguns casos
isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São
Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará
(2).
O Ministério da Saúde
permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário ao Estado.
Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos
suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.
Eliminação do sarampo
Em 2016, o Brasil recebeu da
Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do
vírus do sarampo, e atualmente empreende esforços para manter o certificado,
interromper a transmissão dos surtos e impedir que se estabeleça a transmissão
sustentada. Para ser considerada transmissão sustentada, seria preciso a
ocorrência do mesmo surto por mais de 12 meses.
Entre 2013 e 2015, ocorreram
surtos decorrentes de pacientes vindos de outros países, sendo registrados
neste período 1.310 casos da doença. O maior número de casos foi registrado nos
estados de Pernambuco e Ceará.
Nos surtos de sarampo
ocorridos no Ceará e em Pernambuco entre 2013 e 2015, as ações de bloqueio e
campanha de vacinação foram realizadas pelo Ministério da Saúde - em conjunto
com os estados e municípios - foram eficientes e resultaram na interrupção da
transmissão da doença.
Em 2017, casos de sarampo em
venezuelanos que adentraram no estado de Roraima foram confirmados, ocasionando
um surto da doença no estado, com ampliação de casos da doença para Manaus em
2018. O Ministério da Saúde permanece monitorando a situação do sarampo em todo
o país, especialmente em Roraima e no Amazonas, e as medidas de controle e
prevenção já estão sendo realizadas.
Esquema vacinal
O Ministério da Saúde oferta
gratuitamente para todos os estados do país as vacinas tríplice viral (sarampo,
rubéola e caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). As
vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis ao
longo de todo o ano nos postos de saúde em todo o país.
É importante ressaltar que
não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que as ações para
controle do surto da doença, como bloqueio vacinal, nas localidades acometidas
por casos de sarampo estão sendo realizadas com rigor.
Neste momento, o Ministério
da Saúde está intensificando a vacinação das crianças, público mais suscetível
à doença. Entretanto, adultos não vacinados devem receber a vacina
prioritariamente em locais onde há surto da doença, como em Roraima e Manaus
(AM). Pessoas que já completaram o esquema, conforme preconizado para sua faixa
etária, não precisam novamente receber a vacina.
Crianças:
12 meses a menores de 5 anos
de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade
(tetra viral). 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem
vacinadas anteriormente:duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias
entre as doses. Campanha nacional de vacinação
Será realizada entre 6 e 31
de agosto, sendo o dia D no sábado, 18 de agosto. O público-alvo desta
estratégia são as crianças de 1 ano a menores de 5 anos. Os detalhes serão
divulgados em coletiva de imprensa, mais próximo à data do lançamento da
campanha.
Ações contra o sarampo
Desde fevereiro, o Ministério
Saúde tem mantido equipes técnicas nos estados do Amazonas e Roraima para
apoiar, acompanhar as ações e prestar orientação no enfrentamento da situação.
A pasta tem qualificado profissionais de saúde com o objetivo de possibilitar a
identificação de sinais e sintomas que definem um caso suspeito de sarampo,
além da adoção de outras ações de vigilância epidemiológica de forma oportuna.
Além disso, o Ministério da
Saúde apoiou os gestores locais dos dois estados na revisão de prontuários e
fichas de atendimento, com o intuito de encontrar casos de sarampo que não
tenham sido identificados oportunamente e descartar casos suspeitos que não se
encaixem na definição de caso. Também foi realizada intensificação vacinal nos
estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal, em Roraima.
Foi elaborado, ainda, um
plano de fortalecimento da vigilância epidemiológica do sarampo no estado do
Amazonas, considerando eixos prioritários de atuação: municípios com mais de 75
mil habitantes, Região Metropolitana de Manaus, Municípios Sede de DSEI,
Municípios de fronteira com outros países, Municípios Polo e Comunicação.
Para o enfrentamento da
situação do sarampo no estado do Amazonas, estão em andamento o bloqueio
vacinal, a intensificação vacinal, a varredura (vacinação casa a casa), assim
como estratégias de isolamento de casos suspeitos/confirmados durante o período
de transmissibilidade.
Cobertura vacinal
A meta de vacinação contra o
sarampo é de 95%. Em 2017, dados preliminares apontam que a cobertura no Brasil
foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose
(tetra viral).
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