O consumo de tabaco é a
principal causa evitável de mortes em todo o mundo, matando 7 milhões de
pessoas por ano, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). O
número é alarmante e, de acordo com a organização, gera gastos absurdos para a
economia, totalizando mais de US$ 1,4 trilhão em custos de saúde e perda de
produtividade.
Os especialistas são unânimes
em afirmar que prevenir o início do fumo é a forma mais eficiente de combater o
tabagismo e todas as consequências negativas relacionadas a ele. Dentre todos
os tratamentos e recomendações que visam diminuir o número de fumantes, Dr.
Almeida garante que é preciso manter esforços para continuar a queda no número
de fumantes. “Tivemos um impacto positivo das estratégias nas últimas décadas,
com redução significativa na prevalência de fumantes. É muito importante
mantermos uma política que desestimule o início do tabagismo e que dê suporte
para a cessação do mesmo”, recomenda.
Segundo a Pesquisa Nacional
de Saúde do Escolar do IBGE, realizada em 2015, 18,4% de jovens no ensino
fundamental já experimentaram cigarro, e uma cada 14 jovens de 18 a 24 anos são
tabagistas. Essa prevalência sobe para 10,4% entre adultos de 24 a 44 anos e
para 12,7% entre adultos de 45 a 64 anos. No geral, entre 1989 e 2015, a
prevalência caiu de 34,8% para 10,4%, que significa uma redução de 70%.
Parar de fumar não está na
lista de missão impossível, mas está entre uma das mais difíceis que alguém
possa enfrentar. “A dificuldade no ato de parar de fumar vai além da
dependência química. O cigarro assume uma função importante na vida das pessoas
e superar essa falta não é uma tarefa fácil”, explica Almeida.
Um estudo britânico publicado
pela Sociedade Europeia de Cardiologia diz que abandonar o tabaco é benéfico em
qualquer idade e nunca é tarde demais para parar. A análise demonstra que a
expectativa de vida de um fumante em comparação com um não-fumante chega a 10
anos, mas vai se reduzindo quanto maior o tempo da cessação do tabagismo.
Os números são alarmantes e
preocupam ainda mais quando pensamos tanto nos fumantes ativos, quanto nos
fumantes passivos – aqueles que ‘apenas’ inalam a fumaça que sai da ponta do
cigarro –. “Os malefícios do tabaco se estendem também àqueles – adultos e
crianças - que involuntariamente inalam o fumo dos mais próximos e aprendem que
fumar é algo natural, aumentando as chances de se tornarem fumantes no futuro”,
comenta o médico.
Não é novidade que a inalação
da fumaça pode causar efeitos sérios em curto e longo prazo, como problemas
respiratórios e aumento do risco de câncer de pulmão. Porém, apesar da absorção
respiratória, o maior risco que o tabagismo traz é para o sistema
cardiovascular. Em conjunto com outros fatores de risco bastante comuns como o
sobrepeso, sedentarismo e alterações do colesterol, o tabagismo aumenta o risco
de a pessoa desenvolver doenças como a aterosclerose, que podem causar o
infarto e derrame. Por isso a importância de se avaliar o risco cardiovascular
frequentemente, incluindo a avaliação do estilo de vida, exames laboratoriais e
orientação quanto ao risco do tabagismo, bem como a definição de estratégias
para buscar sua cessação.
Para os que não fumam, não
iniciar o vício é o caminho ideal. Já para os que desejam parar de fumar, a
tarefa pode se tornar mais fácil com o estabelecimento de metas claras e
objetivas, além da adoção de um tratamento e uma postura decidida quanto aos
benefícios que podem ser obtidos a longo prazo.
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