O presidente Jair Bolsonaro
(PSL) teve episódio isolado de febre nesta quarta-feira (6) e foi submetido a
uma tomografia de tórax e abdome que mostrou "boa evolução do quadro
intestinal e imagem compatível com pneumonia", segundo boletim médico
divulgado na tarde desta quinta-feira (7) pelo Hospital Albert Einstein.
Bolsonaro passou por uma
cirurgia para retirar uma bolsa de colostomia e refazer a ligação entre o
intestino delgado e parte do intestino grosso no dia 28 de janeiro. Ele está
internado na unidade semi-intensiva do hospital.
De acordo com o porta-voz da
Presidência, Otávio Rêgo Barros, os novos exames detectaram que a pneumonia tem
causa bacteriana. "Fizeram exames viral e bacteriano, e descartaram o
viral. Trata-se de uma causa bacteriana", afirmou o porta-voz.
"Algumas causas podem ser geradoras dessa pneumonia, mas ficar na
suposição não me parece adequado."
Um novo antibiótico foi
incluído no tratamento e deve ser administrado por sete dias.
Ainda segundo o boletim,
"foi realizado um ajuste na antibióticoterapia e mantidos os demais
tratamentos". "[Bolsonaro] Continua sem dor, com sonda nasogástrica,
dreno no abdome e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição
parenteral."
O presidente fez exercícios
respiratórios e caminhou no corredor. As visitas permanecem restritas por ordem
médica.
Segundo o porta-voz, "o
estado de saúde do presidente é o esperado dentro desse pico térmico que lhe
acometeu na noite de ontem [quarta]". "Por precaução os médicos
fizeram exame de imagem, incluso tomografia por contraste. O pulmão tinha uma
imagem que era compatível com pneumonia."
Rêgo Barros afirmou: "O
presidente vem recebendo administração de antibiótico de amplo espectro.
Médicos optaram por acrescentar uma nova medicação. Esta ação vai debelar essa
pneumonia que foi encontrada em seu pulmão".
Segundo ele, a temperatura
febril do presidente chegou a "cerca de 38°C".
Vontade de bife com fritas
Rêgo Barros disse que, pela
manhã, Bolsonaro caminhou por duas vezes. "À tarde ele caminhou mais duas
vezes, bem disposto. Conversamos por uma hora sobre vários temas. Estava de bom
humor, bem fisicamente, demonstrando aceitabilidade da administração das drogas."
Bolsonaro segue tomando copos
d'água – também cogitou-se a possibilidade de beber café.
"Me perguntaram qual era
o desejo do presidente em termos de prato: um bife com batata frita. Vai
demorar, mas, assim que ele sair, nós vamos fazer um bife especial para
ele", afirmou o porta-voz.
Nova foto
O Palácio do Planalto
divulgou na tarde desta quinta uma foto de Bolsonaro fazendo caminhada no
hospital com a sonda nasogástrica e fazendo sinal de positivo.
Cronologia da internação:
Segunda-feira (28/1)
Jair Bolsonaro foi submetido
a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia no Hospital Albert
Einstein, na Zona Sul de São Paulo. O procedimento terminou após sete horas e
ocorreu "com êxito", segundo informou o Palácio do Planalto.
De acordo com o boletim
médico divulgado pelo hospital, a cirurgia foi realizada "sem
intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue". Foi realizada
uma "anastomose do íleo com o cólon transverso", que é a união do
intestino delgado com uma parte do intestino grosso. Foram retirados de 20 a 30
centímetros do intestino grosso de Bolsonaro na parte que ligava o intestino
delgado à bolsa de colostomia.
Terça-feira (29/1)
Bolsonaro seguiu na UTI do
Hospital Albert Einstein após a retirada da bolsa de colostomia. Ele recebeu
analgésicos para controle da dor e não apresentou sangramentos ou complicações,
ficando sem febre ou sinais de infecção.
Quarta-feira (30/1)
Bolsonaro reassumiu a
Presidência da República e passou a despachar de um escritório que foi montado
no mesmo andar onde está internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de
São Paulo.
Quinta-feira (31/1)
O porta-voz da presidência,
Otávio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro estava tentando se manter sem falar,
mas a recomendação médica era difícil de ser acolhida: "O presidente é
difícil, ele está falando já. A despeito do médico dizer para ele ficar calado,
ele já está falando".
Sexta-feira (1º/2)
Bolsonaro divulgou um vídeo,
em sua conta no Twitter, em que aparece chorando ao assistir a uma dupla
cantando "Evidências". O presidente fez sua primeira videoconferência
no gabinete provisório montado no hospital. A reunião foi com o ministro Chefe
do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno.
O boletim médico do dia
informou que ele teve boa evolução clínica. "Já apresenta sinais de início
dos movimentos intestinais". "Segue com dieta parenteral (endovenosa)
exclusiva, sem infecção ou outras complicações. Realiza fisioterapia respiratória
e períodos de caminhada fora do quarto. Por ordem médica, o paciente segue com
visitas restritas."
Sábado (2/2)
O presidente teve náuseas e
vômito, e os médicos precisaram colocar uma sonda nasogástrica.
Domingo (3/2)
Jair Bolsonaro continuou
usando uma sonda nasogástrica aberta, com evolução clínica estável. De acordo
com o boletim médico, o presidente ficou sem dor e sem sinais de infecção.
Bolsonaro foi submetido a uma tomografia de abdome que descartou complicações
cirúrgicas. Ele está em jejum oral e nutrição parenteral exclusiva.
Segunda-feira (4/2)
Bolsonaro teve elevação na
temperatura, passou a tomar antibiótico e a alta prevista para quarta-feira (6)
foi adiada, segundo o porta-voz Otávio Rêgo Barros. O boletim médico informou
que o presidente passou a tomar antibióticos e foram realizados novos exames de
imagem. Identificou-se uma coleção líquida ao lado do intestino na região da
antiga colostomia. Foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e
permanece com dreno no local. O presidente apresentou movimentos intestinais e
teve dois episódios de evacuação.
Terça-feira (5/2)
O presidente teve melhora do
seu estado de saúde e começou a receber líquido por via oral. Bolsonaro
apresentou aumento da movimentação intestinal, o que possibilitou o início de
injeção de líquido por via oral. "Os exames laboratoriais apresentam
melhora. O paciente segue com antibióticos e dreno no abdome", disse o
boletim médico.
Quarta-feira (6/2)
O presidente apresentou
quadro clínico estável, sem dor ou febre, com melhora dos exames laboratoriais
e de imagem, segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (6). Ele
também voltou a caminhar no corredor do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul
de São Paulo./G1
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