Em decisão inédita, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que um homem deve indenizar a
ex-mulher, com quem manteve união estável por 15 anos e teve três filhos, em R$
120 mil por danos morais em decorrência de tê-la infectado com o vírus HIV.
O caso, que tramitou sob
sigilo, foi julgado nesta terça-feira (19) na Quarta Turma do STJ. O relator,
ministro Luís Felipe Salomão, destacou que a responsabilidade civil do homem
decorre do fato de que ele sabia ser soropositivo e de que adotava comportamento
de risco, mantendo relações extraconjugais, sem o conhecimento da companheira.
“O parceiro que suspeita de
sua condição soropositiva, por ter adotado comportamento sabidamente temerário
(vida promíscua, utilização de drogas injetáveis, entre outras), deve assumir
os riscos de sua conduta”, disse Salomão durante o julgamento.
O ministro afirmou ter sido
provado que o homem foi o responsável por transmitir o HIV e por isso deve
indenizar a ex-mulher tendo em vista a “lesão de sua honra, intimidade e, sobretudo,
de sua integridade moral e física”.
A mulher já havia conseguido
o direito à indenização por danos morais na primeira instância da justiça de
Minas Gerais, no valor de R$ 50 mil. No segundo grau, o valor foi aumentado
para R$ 120 mil. Ele recorreu ao tribunal superior com o objetivo de aumentar o
valor e também obter uma pensão mensal para compensar danos materiais
provocados pela separação.
Por unanimidade, a Quarta
Turma confirmou o valor de R$ 120 mil para a indenização, mas negou o pedido pela
pensão mensal, por entender que para analisar a solicitação seria necessário um
reexame de provas não permitido pela jurisprudência do STJ./bnews
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