O extremo sul da Bahia merece
destaque na preservação ambiental por possuir quase 90 mil hectares só em
remanescentes de Mata Atlântica conservados, dentre eles quatro Parques
Nacionais, um Refúgio de Vida Silvestre, 18 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs) e Áreas de Alto Valor de Conservação – isso sem levar em
consideração as Áreas de Proteção Permanente (APP) e as áreas de Reserva Legal
(RL).
A região, junto com o Norte
do Espírito Santo, integra a Hileia Baiana (ou floresta de tabuleiro), que são
áreas de florestas que possuem elementos típicos da Mata Atlântica e espécies
com características da Floresta Amazônica. Entres as áreas de preservação do
bioma Mata Atlântica, a RPPN Estação Veracel, com 6.069 hectares de floresta
preservada, está entre as 20 de maior diversidade arbórea do mundo. Se
estendendo pelos municípios de Santa Cruz Cabrália e de Porto Seguro, a RPPN
Estação Veracel possui, em média, 360 espécies arbóreas por hectare como, por
exemplo, um pequi-preto com mais de 600 anos de idade, um dos símbolos da
importância da preservação ambiental na região.
Além do pequi-preto, na
Estação Veracel é possível encontrar árvores centenárias como pau-brasil,
jacarandá e jatobá bem como espécies com características da Floresta Amazônica como
massaranduba, imbiruçu e gindiba.
A RPPN Estação Veracel fica a
cerca de sete quilômetros em linha reta do Parque Nacional do Pau-Brasil com o
qual integra o Corredor Central da Mata Atlântica, reconhecido pela Unesco por
sua importância para a conservação da biodiversidade.
Além da grande variedade
arbórea existente nesta área preservada, a reserva também é reconhecida por
possuir uma grande variedade de animais silvestres, muitos deles ameaçados de
extinção. Monitoramento realizado na área apontou a presença de 28 espécies de
mamíferos, 267 espécies de aves e 40 espécies de anfíbios. Todos os animais são
importantes para manter a vida nas florestas, uma vez que várias espécies
arbóreas são dependentes deles para dispersão de suas sementes e retribuem com
a oferta de alimento para a fauna silvestre.
Só na última campanha deste
monitoramento, câmeras instaladas registraram cinco espécies de animais que
ainda não tinham sido catalogadas na Estação Veracel. São eles: irara,
gato-do-mato-pequeno, mão-pelada, tapiti e ouriço-cacheiro. Há quase dois anos,
as câmeras registraram a presença de uma onça-pintada um animal topo de cadeia
alimentar. Além deste mamífero, no ano passado, dois ninhos de harpia com
filhote foram encontrados na RPPN também. A harpia é a maior ave de rapina das
américas e também é um animal topo da cadeia alimentar, habitando as copas das
árvores. A presença destes animais reforça a vitalidade da floresta.
A Costa do Descobrimento
também é um dos lugares de maior ocorrência e concentração de espécie de aves
endêmicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção. Entre elas, o crejoá, que
tem despertado o interesse de observadores de aves do mundo pela
região./SIGAANOTÍCIA
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