O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) decidiu nesta terça-feira (3) reconhecer assinaturas eletrônicas para
formalizar a criação de partidos políticos. A decisão pode ter impacto na
criação no Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, que
pretende agilizar o processo de obtenção de registro do partido por meio de
certificados digitais.
Apesar da decisão, não há
prazo para que a Justiça Eleitoral possa criar aplicativos e programas de
computador para efetivar a decisão, que ainda precisará ser regulamentada para
passar a ter validade. Segundo a presidente do TSE, Rosa Weber, as soluções não
estarão prontas para as eleições municipais de 2020.
O julgamento foi motivado por
uma consulta apresentada no ano passado pelo deputado federal Jerônimo Goergen
(PP-RS). O parlamentar pediu que o tribunal responda a seguinte pergunta:
"Seria aceita a assinatura eletrônica legalmente válida dos eleitores que
apoiem dessa forma a criação de partidos políticos nas listas e/ou fichas
expedidas pela Justiça Eleitoral?"
Novos partidos
Para a criação de partidos
políticos, um dos requisitos exigidos é a apresentação de fichas de apoiamento
de eleitores, cuja autenticidade das assinaturas em papel é feita pela Justiça
Eleitoral.
Por 4 votos a 3, o tribunal
seguiu voto do ministro Luís Felipe Salomão. Segundo o ministro, o setor
técnico do tribunal informou que há viabilidade técnica para desenvolver os
aplicativos necessários para implementar a medida. Salomão também afirmou que o
uso da assinatura digital trará mais segurança na conferência, que é feita
manualmente pela Justiça Eleitoral. O voto foi acompanhado pelos ministros
Tarcísio Vieira, Sergio Banhos e Luís Roberto Barroso.
"No cenário jurídico
inexiste óbice à certificação digital de assinaturas. A adoção dessa
sistemática é viável”, disse Salomão.
Barroso também votou a favor das assinaturas
eletrônicas, mas ponderou que a efetivação da medida depende de regulamentação
pelo TSE e do desenvolvimento dos aplicativos e sites, que ainda não tem prazo
para ocorrer.
“Vai que a gente não consegue
desenvolver essa ferramenta? disse Barroso.
O relator do caso, ministro
Og Fernandes, ficou vencido por entender que o apoio por meio eletrônico não
pode ser aceito por não estar previsto em lei ou nas regras do TSE. Edson
Fachin e a presidente, Rosa Weber, acompanharam o relator.
Rosa Weber disse que o
tribunal não tem recursos para verificar a autenticidade das assinaturas que
serão entregues pelos partidos./bnews
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