Após semanas de desavenças, o
presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
nesta quinta-feira, 16. O oncologista Nelson Teich vai assumir o cargo. Teich
se reuniu com o presidente pela manhã, quando, segundo interlocutores do
presidente, causou boa impressão. O médico foi consultor da área de saúde na
campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, e é fundador do Instituto COI, que realiza
pesquisas sobre câncer.
Em seu currículo em redes
sociais, o oncologista também registra ter atuado como consultor do secretário
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar
Vianna, entre setembro do ano passado e março deste ano. Teich e Vianna foram
sócios no Midi Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro
de 2019.
A escolha de Teich foi
considerada internamente no governo como uma vitória do secretário de
Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, e do empresário bolsonarista
Meyer Nigri, dono da Tecnisa. Os dois foram os principais apoiadores de seu
nome para o cargo.
Teich teve o apoio da classe
médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O
argumento pró-Teich no Ministério da Saúde é o de que ele trará dados para
destravar debates “politizados” sobre a covid-19.
Em artigo publicado no dia 3
de abril em sua página no LinkedIn, o escolhido para a Saúde critica a
discussão polarizada entre a saúde e a economia. “Esse tipo de problema é
desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem
antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se
tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e
empresas, entre o bem e o mal”, afirma ele no texto./Estadão
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