Bolsonaro festivo em meio à tragédia do
coronavírus (Foto: Pedro Ladeira/FolhaPress)
O presidente Jair Bolsonaro
fez piadas e ironizou as críticas que recebeu nesta sexta-feira (8) depois de
anunciar que fará um churrasco neste sábado (9), em uma atitude que contraria
recomendações do seu próprio Ministério da Saúde, e no mesmo dia de recorde de
mortes pela Covid-19.
"Já tem 180
convidados", ironizou Bolsonaro no seu retorno ao Palácio da Alvorada, no
fim da tarde, após um compromisso no Ministério da Defesa. Falando aos seus
apoiadores, o presidente foi logo inflando o número de "convidados"
para o seu evento, previsto para sábado em Brasília.
"Tem 210 chefes de
família, deve dar umas 500 pessoas [...] vai ter umas 900 pessoas no churrasco
amanhã [...] Tem mais um pessoal aqui de Taguatinga, 1,1 mil", prosseguiu
Bolsonaro, para delírio dos seus apoiadores, que tentavam repassar mensagens
dos seus estados e cidades.
A polêmica surgiu na noite de
quinta-feira (7), quando Bolsonaro revelou aos apoiadores que iria receber para
um churrasco "uns 30 convidados", cobrando R$ 70 de cada um deles. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o próprio Ministério da Saúde recomendam
que eventos que possam gerar aglomerações não sejam realizados, evitando a
chance de contágio pelo novo coronavírus.
Pouco antes de entrar no
Palácio da Alvorada, Bolsonaro se despediu dos apoiadores e cravou: "Quem
estiver aqui amanhã a gente bota para dentro. Três mil pessoas no churrasco
amanhã", sentenciou, para delírio da plateia, que em parte também
aproveitou a presença do presidente para hostilizar os jornalistas presentes.
O presidente ainda evitou
perguntas dos repórteres, mas ao ser questionado sobre a chance de reverter a
decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
negou o pedido do governo para permitir a indicação de Alexandre Ramagem para
comandar a Polícia Federal, ele assim respondeu:
"Dá para reverter? Não
dou nada, não", declarou Bolsonaro.
Com ou sem churrasco, a
sugestão de aglomeração festiva de Bolsonaro veio no mesmo dia em que o Brasil
registrou o recorde negativo de 751 mortes pela COVID-19 em 24 horas, atingindo
a marca de 9.897 óbitos pela doença, e um total de 145.328 casos – uma
sinalização que o vírus ganha força e faz mais vítimas fatais a cada dia em
solo brasileiro./Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário