Teixeira de Freitas: Diante
da gravidade do caso de negligência médica e violência obstétrica, do médico,
Dr. Feliciano Gil Quaresma Novaes, cuja mãe denunciou que ele deixou restos de
parto em seu útero, além de lesionar o braço do bebê, um pai compareceu na DEAM
para denunciar o mesmo médico de ser o responsável pela morte de suas duas
filhas (gêmeas) e de sua esposa Juliana Souza Pereira 24 anos. O caso recente
causou grande repercussão e foi parar nos principais jornais da Bahia e do
Brasil, fato que encorajou a outras vítimas do referido médico, a denunciarem
situações semelhantes, ou até mesmo pior, como é o caso desse pai que denuncia
o Dr. Feliciano Gil pela morte de dois bebês e da sua esposa.
Na manhã desta sexta-feira,
28 de agosto, esteve na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), de
Teixeira de Freitas, o mecânico, Jioleno Oliveira, de 25 anos, registrando um
Boletim de Ocorrência, relatando que sua esposa teria dado entrada no dia 15 de
março de 2020, na Unidade Municipal Materno Infantil (UMMI) de Teixeira de
Freitas, e ficou internada já em trabalho de parto. Segundo o Jioleno, ela
estava internada normalmente, com um pequeno sangramento, e com uma pequena
dilatação. “Ela ficou internada até a tarde do dia 19/03, quando ela veio a passar
muito mal e teve um forte sangramento. Solicitei a presença do médico, mas, o
médico não compareceu na sala”.
Ainda segundo o Sr. Jioleno,
uma enfermeira levou a sua esposa para a sala de pré-parto, e ela veio a
falecer na noite do dia 20/03. “Creio eu que foi uma negligência medica, porque
foi solicitada a presença do médico, e ele não compareceu na sala, e a gravidez
de minha esposa era uma gravidez de risco, como a própria médica dela já havia
me adiantado. Ele não compareceu, e quando a levou para a sala de pré-parto,
ele tentou um parto normal com ela, forçando muito, sendo que ela já tinha
saído da sala praticamente desmaiada. Aí, às 03h00 da manhã, ele veio me dizer
que minha esposa e minhas filhas tinham falecido.
“Tomei um choque muito
grande, porque até então, eu esperava a perda das meninas, porque a médica já
teria dito que era uma gravidez de risco. As meninas, quando estavam com cinco
meses, já estavam abaixo do peso, e caso nascessem prematuras, não
sobreviveriam. Mas, dela (a mãe), ele não esperava. Fiquei muito triste, as
minhas filhas iriam se chamar, Raila e Laila. Eu e minha esposa Juliana, já tínhamos
escolhidos esses nomes para nossas filhas. Vim aqui hoje na DEAM e registrei um
Boletim de Ocorrência, espero que se faça a justiça, estou acompanhado do meu
advogado, e espero que tudo seja resolvido”.
O advogado, Lucas Machado,
especialista em direito médico, que acompanha o caso, disse que primeiro deve
salientar que o caso do Jioleno já vinha sendo investigado há algum tempo. “Ele
veio agora à delegacia, pelo simples fato que, houve mais denúncias, e houve
mais reportagens. Já pedimos o prontuário médico junto ao Hospital. O Código
Penal Brasileiro, no seu art. 18 fala sobre a questão do crime culposo, que é
quando a pessoa comete o crime com imprudência, negligência e imperícia, e
nesse caso o médico, ele agiu com negligência e imprudência, porque o Jioleno
comunicou que a sua esposa estava passando mal, uma, duas, três vezes, e o
médico não veio fazer o atendimento”, explicou o advogado.
“A negligência e a
imprudência deram-se ao fato de que o estado clinico da Juliana era um estado
que já se havia comunicado, que seria necessário fazer uma cesariana, e já
havia relatórios médicos. Porém, ele veio a forçar um parto natural, que
configura um caso de homicídio culposo, por imprudência e negligencia médica,
que resultou na morte da paciente e dos bebês. Vamos averiguar toda essa
situação que será analisa pela na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de
Teixeira de Freitas (D)EAM, e todos os trâmites serão tomados na devida forma
legal”, finalizou./Liberdadenews
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