A Polícia Civil de Santa
Catarina encaminhou ao Ministério Público investigação contra um homem de 36
anos acusado de estuprar a enteada, de 11 anos, em Otacílio Costa, na região
serrana do estado. Ela descobriu estar grávida de 8 meses após ser levada pela
mãe até uma unidade de saúde. A menina está sob proteção do estado e recebe
acompanhamento médico e psicológico.
O homem foi preso durante a
investigação, após os policiais verificarem que já havia contra ele mandado de
prisão aberto em outro inquérito sigiloso. "É um caso delicado e que exige
cuidado para que essa criança não sofra ainda mais violências. Nós encaminhamos
o inquérito ao Ministério Público, que deverá tomar as providências cabíveis, e
encaminhar novo pedido de prisão", disse o delegado Silvio Dantas, que
presidiu o inquérito, ao Estadão.
Segundo a coordenadora das
Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de SC, delegada
Patrícia Zimmermann D'Ávila, com o isolamento causado pela pandemia e a falta
de convívio de crianças violentadas com estruturas do Estado, como é o caso da
escola, dificultam investigações como esta, que só foi descoberta no oitavo mês
da gestação.
"Só se soube da gravidez
e do crime contra a dignidade sexual da criança quando a mãe da menina de 11
anos levou ela no posto de saúde. São casos muito difíceis de a polícia agir,
porque são situações em que vítimas e agressores normalmente convivem juntos, e
com a pandemia também estão reclusos juntos, na mesma casa", explicou.
Ainda segundo a delegada,
durante o inquérito foram colhidas todas as provas possíveis que indicaram a
autoria do crime contra o padrasto e como se trata de um caso de nascimento,
não de aborto, segundo destaca a delegada, para segurança da mãe e do bebê o
exame de DNA só será realizado após o nascimento da criança.
"Foram realizadas
buscas, colhidos depoimentos e todos os demais meios de provas possíveis que
demonstram a autoria. Agora, se estuda a melhor forma de fazer o parto, poderá
haver antecipação de parto, e só depois que se fará exame DNA", explicou.
A reportagem acionou o
Ministério Público que confirmou o recebimento do caso, mas não divulgou mais
informações devido ao sigilo previsto por lei. O nome do padrasto também não
foi divulgado para resguardar a identidade e a segurança da
criança./bahiaextremosul
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