Tiago Dias (PCdoB), novo prefeito de Jacobina, na região da Chapada Diamantina, decidiu reduzir seu próprio salário em 92% e vai receber um salário mínimo (R$ 1.100) até o fim do ano, ao invés dos R$ 15 mil do cargo.
Tiago, que é de uma família humilde de lavradores, diz que decidiu tomar a decisão para dar um exemplo aos trabalhadores da cidade baiana, já que a maioria dos habitantes sobrevive apenas com um salário mínimo. O prefeito recém-empossado também chamou a atenção por tomar posse montado em um boi.
“Eu tenho aqui carro à disposição, combustível à disposição, assessoria à disposição. Estou bem à frente do trabalhador e da trabalhadora nesse ponto. Então a gente tem que dar o exemplo”, disse Tiago.
O prefeito afirma que a redução vai possibilitar uma economia de R$ 170 mil nos cofres públicos e que o dinheiro vai ser utilizado em instituições que apoiam crianças em vulnerabilidade social.
Vida pública
O prefeito Tiago Dias entrou na vida pública em 2008, quando se tornou presidente da Associação de Moradores de Cachoeira dos Alves, zona rural de Jacobina, onde nasceu, foi criado e continua morando com os pais e a caçula de suas três filhas. Com seis anos, começou a ajudar o pai no arado da terra, na colheita e na ordenha das vacas. Depois, mudou-se para a casa de uma tia, em Jacobina, para estudar, até terminar o Ensino Médio. Nos fins de semana, ele retornava para Cachoeira dos Alves.
Em 2012, o agora prefeito disputou a primeira eleição como vereador. Foi o segundo mais votado na cidade. Na eleição seguinte, em 2016, foi o primeiro mais votado. Então, veio a decisão de tentar a prefeitura. "Sempre ouvi risadinha, sofri preconceito por causa da minha origem, mas nunca me reduzi a isso, nem virei vítima da minha vida", disse.
A proposta de Tiago é, durante o mandato, mostrar a mudança na sua própria rotina e, assim, incentivar que ela ocorra em escala municipal. O uso da bicicleta para ir ao trabalho deve ser uma delas. "Depois, pretendemos montar a ciclovia, mas primeiro temos de mostrar que é possível", afirmou. "Minhas filhas também continuarão estudando em escola pública”./G1
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