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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Três ciganos morrem em confronto com a polícia no interior da Bahia

 

Mais três ciganos morreram em confronto com a Polícia Militar em Anagé, na tarde desta quarta-feira (28). Os homens eram suspeitos de envolvimento com a morte dos policiais militares assassinados em José Gonçalves, na zona rural de Vitória da Conquista, no último dia 13. 

A delegacia de Anagé recebeu a denúncia de que os suspeitos estavam escondidos próximo ao rio Gavião. Policiais civis e militares foram até o local, onde ocorreu o tiroteio que acabou com três mortos. Eles fazem parte da lista de dez suspeitos de envolvimento com o crime.

 Reprodução 

Os homens foram identificados pelos prenomes de Bruno da Silva Matos, Diogo da Silva Matos e Solon da Silva Matos. Um quarto suspeito de 32 anos conseguiu fugir. A Polícia informou que socorreu os três ao hospital, no entanto, eles não resistiram. Todos possuíam mandado de prisão em aberto. 

No local do confronto os policiais conseguiram recuperar a pistola .40 pertencente ao Ten. Neves, um dos policiais assassinados em José Gonçalves.

 

Com as três mortes desta quarta-feira, nos últimos 15 dias, ao menos seis ciganos suspeitos de envolvimento no crime morreram em confronto com a Polícia. Segundo a polícia, o soldado Robson Brito de Matos, 30 anos, e o tenente Luciano Libarino Neves, 34 anos estavam à paisana, realizando um trabalho de inteligência na localidade, quando foram surpreendidos por homens armados e mortos a tiros. 

As forças policiais do Estado iniciaram imediatamente a perseguição aos supostos autores, conforme relatos que chegaram à Defensoria Pública do Estado da Bahia. Ao todo, dez homens foram acusados de envolvimento: um pai – que deu entrada em hospital com ferimentos à bala e já teve a prisão preventiva decretada – e nove filhos. Três deles morreram em confrontos com policiais, em Vitória da Conquista e também em Itiruçu. 

Na última segunda-feira (26), cinco mulheres e sete crianças de uma família de ciganos de Vitória da Conquista estão sendo acompanhadas pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) e a instituição busca a inserção delas em um programa de proteção a testemunhas. 

O motivo são as denúncias de perseguição após o duplo homicídio que vitimou dois policiais. A DPE/BA afirma que a recebeu informações que relataram perseguição por parte de policias militares à comunidade, onde vivem outras famílias de etnia cigana. A demanda foi notificada à Defensoria por meio da Ouvidoria Cidadã. 

Institutos e associações de defesa de etnias ciganas emitiram notas manifestando temor pela perseguição de ciganos inocentes. O assunto também repercutiu nas comunidades de ciganos em outros países da América Latina. 

Na semana passada, o secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Paulo Roberto, esteve em Vitória da Conquista se reunindo diretamente com os defensores públicos estaduais José Raimundo e Yana de Araújo, além dos coordenadores do Núcleo de Integração da DPE/BA, Cristina Ulm e Maurício Saporito./agenciasertao

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