Neste domingo (29), é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), 443 pessoas morrem todos os dias no Brasil por causa do cigarro, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o uso do tabaco acarreta, aproximadamente, 8 milhões de mortes por ano, ou seja, 10 mil falecimentos por dia.
No Brasil calcula-se que 17,4% da população é fumante, sendo que a maioria é adolescente. São 2,7 milhões de consumidores de cigarros que tem idade entre 12 e 17 anos.
Cada vez mais são realizados estudos que medem os efeitos do fumo na saúde, e frequentemente são descobertos novos malefícios. Os problemas já comprovados são, principalmente, as doenças cardiovasculares (infarto, angina), o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite), a infertilidade e outras. Além destas, o cigarro é considerado o veneno reprodutivo mais potente do século. Diversos estudos vêm comprovando seu efeito nocivo sobre a saúde reprodutiva tanto masculina quanto feminina.
A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, monóxido de carbono, polônio radioativo, alcatrão, colesterol, fenol, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel, benzopireno e substâncias radioativas, as quais afetam a função reprodutiva em vários níveis, como a produção dos espermatozoides, motilidade tubária (importante para a captação do óvulo que sai do ovário no momento da ovulação), a divisão das células do embrião, formação do blastocisto (embrião com mais de 64 células) e implantação.
Mulheres fumantes também podem apresentar maior incidência de irregularidade menstrual e amenorreia (falta de menstruação). Além disso, a menopausa ocorre de um a quatro anos antes em fumantes se comparados aos não fumantes. “A química contida na fumaça do cigarro parece acelerar a destruição de óvulos e consequente perda da função reprodutiva”, conta a especialista Maria Cecília Erthal, diretora médica do Vida Centro de Fertilidade.
Durante a gestação o fumo também é altamente prejudicial. Substâncias provenientes da fumaça de cigarro se podem se ligar a frações do DNA provocando lesões pré-mutacionais. “Os danos ao DNA aumentam a incidência de abortos, defeitos físicos e alguns autores sugerem até aumento dos casos de trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down)”, lembra Maria Cecília.
Segundo a ASRM (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva), homens e mulheres fumantes têm 3 vezes mais chances de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam. Além disso, o hábito de fumar está associado a um aumento no risco de abortamento (aumenta em até 27%) e gravidez ectópica (gravidez nas tubas).
“Os dados também mostram que homens que fumam tem muito mais espermatozoides anormais que os não fumantes, e essa porcentagem está diretamente ligada ao número de cigarros fumados por dia”, alerta a especialista./TUPI
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