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domingo, 4 de janeiro de 2015

Boi de Janeiro: Alegria e Tradição nas ruas de Jucuruçu




Os vinte primeiros dias do ano em Jucuruçu - são marcados por muita festa, cultura e tradição. Isto graças ao Boi – de Janeiro que sai pelas ruas em homenagem a Santo Reis.

A cidade é tomada pela alegria das vestes coloridas, do Boi – de Janeiro e de sua grande companheira, a Maria Teresa (Grande Boneca confeccionada pelos os foliões para acompanhar o Boi). Centena de pessoas saem das suas casas para prestigiar a manifestação.


Os grupos de foliões (nome que é dado às pessoas que tocam os instrumentos enquanto o boi “samba”), geralmente pessoas dos bairros periféricos da cidade, esbanjam criatividade e sabedoria popular, ao entoar canções que trazem misticismo, religião e crença popular.

Boi – de Janeiro é uma festa da cultura popular, que além de uma manifestação artística, é um das grandes sobreviventes da “luta” da contra a cultura de massa.


O boi é um animal especialmente cultuado em Jucuruçu. Sem dúvida alguma, ainda é a maior fonte de renda do município, mesmo com todo o desenvolvimento do comércio, os serviços públicos etc.


Relacionado à criação do boi há o Boi de Janeiro, ou Bumba meu Boi. O Boi de Janeiro é uma folia que acontece de primeiro a vinte de janeiro, em homenagem aos Santos Reis (ou seja, os três Reis Magos), fazendo assim parte das festas chamadas de Reisado, comuns também em outras partes do país. Os reiseiros saem em grupos que vão de casa em casa entoando composições do cancioneiro popular, acompanhados de um dançarino vestido com uma armação em forma de corpo e cabeça de boi imitando os movimentos de um bovino tendo como companheira, uma boneca gigantesca, chamada Maria Tereza, que dança em movimentos espaçosos à frente do Boi, e como dizem no vocabulário da região, saem enrabando as crianças (ou seja, correm atrás das crianças).

No dia vinte, o grupo se encontra e o boi dança. Antes costumavam formular uma briga pela Maria Tereza. Apenas um sai ganhador, e este grupo levará e Maria Tereza no ano seguinte. Hoje em dia, já não existe disputa. Todos ganham um troféu pela exibição.


Trata-se de uma reminiscência de costumes que remontam ao sétimo milênio antes de Cristo, tempo em que havia toda uma série de costumes com ritos e interessantes similares ao Boi de Janeiro, como é conhecido em Jucuruçu.

1º Dia: Que rufem os tambores culturais: A festa Começou!!

Para confeccionar os bonecos (Boi e Maria Teresa), que fazem a festa de toda a população jucuruçuense. Os instrumentos, em sua maioria, também são confeccionados artesanalmente pelos próprios foliões.


É também de responsabilidade dos foliões, a criativa tarefa de apelidar os bonecos. Os nomes são tão atrativos, quando a roupa que cobrem os bonecos e variam desde homenagens as pessoas da cidade a grandes nomes da música popular brasileira e personagens de novela.

Neste primeiro dia de festa, a brincadeira deu início o grupo de Foliões na Rua Bonifácio José Dantas, o Boi de Janeiro  conta com 15 foliões e é liderado por Rena Bariri, como é conhecido, por todos na região, faz parte da tradição e cultura da cidade de Jucuruçu por muitos anos.

Os foliões por onde passaram atraíram uma multidão de moradores e turistas, que alegremente saudavam o Boi, e a exuberante “Mandú”. Como retribuição o grupo cantava e dançava de forma incansável.

Após passar pelo Centro da cidade o grupo seguiu para a Praça Armindo Vieira - onde encantou varias pessoas nativas e turistas, e todos aproveitaram a oportunidade para tirar fotos com o boi de janeiro e todo o grupo.


O Boi de Janeiro: O mais tradicional espetáculo folclórico da região


O Boi de Janeiro de Jucuruçu é uma tradição da cidade há décadas e pode ser considerada a parte do nosso folclore que se manifesta de forma mais expressiva.

O boi percorre as ruas da cidade com o acompanhamento de reiseiros que fazem o ritmo para que o boi saia ‘sambando’. O ritmo é mais chegado para o Afro, com gaitas, sanfona, pandeiro, triângulo, caixa e bumbo.

A pessoa que comanda o Reisado é chamada de "Mestre" e acompanha os instrumentistas no decorrer dos dias em que o boi entra em cena. A apresentação se faz nas ruas, casas de famílias, praças, não faltando à festa a tradicional boneca-gigante chamada “Maria Tereza”.

As cantigas do reisado são bastante interessantes, caracterizando bem a gente da região. A confecção do Boi de Janeiro vai da armação de bambu, arame, ripa de madeira e papelão. A cabeça é de boi de verdade e a vestimenta de chitão. Os complementos são confeccionados em papel seda e papel laminado. A Maria Teresa, acompanhante do boi, é produzida com balaio, taquara e bambu: Isto constitui o seu corpo. Os braços são de pano e o vestido de chitão colorido em tons bem vivos, com o pescoço e a cabeça de enchimento, destacando-se a grande peruca loira ou outra cor de preferência.


A sua falta de beleza cria um paradoxo junto à sua simpatia. No decorrer da apresentação tem a contradança, que fica a critério do dono da casa, apresentá-la ou não.

Quando o dono da casa solicita, os instrumentistas apresentam apenas com o bumbo, caixa, triângulos e palmas. Neste momento, o mestre joga o verso, o boi e a boneca dançam num passo miudinho, dando rodadas e mais rodadas.


Neste momento, os acompanhantes respondem aos versos cantados pelo mestre. Quando o boi deixa a casa, recebe uma pequena importância de gratificação pelo espetáculo apresentado e os reiseiros, então fazem o agradecimento em verso:


Deus lhe pague a tua esmola
Deus lhe dê muito que dá
No reino do só se vendo
Sentando em um bom lugar
Deus lhe pague a tua esmola
O senhor e a senhora
Sua cama está bem feita
Nos pés de Nossa Senhora.



No último dia do reisado do boi, este é novamente enfeitado para o término das festividades que finaliza com um terço, comes e bebes, e acerto de contas das despesas do decorrer dos dias de apresentações. E a matança do boi – onde todas suas partes são dívidas com lindas rimas.


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Rua principal de Jucuruçu - Bahia, 3 de março de 2024.

Jucuruçu - Bahia. Pedaço bom do Brasil.