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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Pai vê morte dos 4 filhos: “Não pude fazer nada”



O pai dos quatro adolescentes que morreram afogados na Cachoeira do Cravo, que fica entre São Mateus e Nova Venécia, na região Norte do Espírito Santo, disse que a família brincava dentro da água no momento em que os afogamentos aconteceram. O lavrador José Nilton de Jesus Ribeiro, de 42 anos, contou que apenas a esposa conseguiu se salvar. “Vi meus filhos morrerem e não pude fazer nada”, disse.

Segundo testemunhas, Josias Gomes Ribeiro, de 18 anos; Geisiane Gomes Ribeiro, 17 anos; Elias Gomes Ribeiro, de 15 anos e Clarice Gomes Ribeiro, de 13 anos, gritavam por socorro no local. Os banhistas que estavam na cachoeira tentaram resgatá-los, mas só conseguiram tirar a mãe com uma vara de pescar.


José Nilton contou que ele, a mulher e os quatro filhos estavam na água. “Começamos a brincar de pique pega, aí entraram num lugar que não dava pé e um foi tentando se segurar no outro. Eles estavam brincando ‘quem chegar perto do meu pai primeiro, ganha’. Depois a mãe disse ‘agora é comigo’. Só que ela estava um pouquinho mais afastada. Quando bateram nela, jogou ela mais para o fundo e não deu pé para os meninos. Aí, começou a se afogar todo mundo. Eu ainda tentei tirar as crianças, mas comecei a me afogar. Aí consegui sair e gritei por socorro”, afirmou o lavrador.


Segundo ele, apenas a mulher sabia nadar. “Foi tudo muito rápido. O mais velho (filho) falou que estava fundo e agarrou na mãe dele. A minha mulher desmaiou e boiou, e a gente conseguiu tirar ela. O rapaz a puxou pelo cabelo com uma vara de pescar. Aí eu a segurei de um lado e ele do outro. Ela está em estado de choque”, contou.


Pai de quatro adolescentes mortos em afogamento lamentou o ocorrido (Foto: Reprodução/ Facebook)


José Nilton esteve no Serviço Médico Legal de Linhares na manhã deste domingo, 25 de janeiro, para liberar os corpos dos filhos. Ele contou que a família costumava frequentar o local todos os finais de semana. “Moramos no Km 41, distrito de Nestor Gomes, em São Mateus, perto da igreja católica. O bairro inteiro está chocado. Quase todo final de semana a gente ia para lá. A gente sempre ia de manhã e voltava à tarde. Ontem, chegamos era mais ou menos 15 horas e logo depois, coisa de meia hora, aconteceu o que aconteceu”, completou./Folha bahia

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