Às 09h15 da noite de hoje (27/02) completa exatamente 1 ano da ocorrência que vitimou fatalmente a vida do radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos. O repórter, ex-vereador e pré-candidato a deputado federal Jel Lopes foi abatido com 6 tiros por volta das 21h15 de quinta-feira do dia 27 de fevereiro de 2014, no interior do seu veículo, um Volkswagen modelo Voyage, cor verde, plotado com a marca do seu portal de notícias. O crime ocorreu em frente ao prédio de nº 348 da Rua da Saudade, no bairro Bela Vista, numa região central de Teixeira de Freitas, onde foi deixar em casa, o colega repórter esportivo Djalma Ferreira, 72 anos.
A sua namorada Daniele Ferreira dos Santos, 25 anos, que estava no banco traseiro, acabou ferida na perna direita por um projétil de arma de fogo. Os criminosos estavam possivelmente a bordo de um Toyota Corola, cor cinza ou branca, que emparelhou ao seu veículo e um homem da porta dos fundos desceu e disparou vários tiros contra o jornalista, que estava ao volante do seu carro aguardando sua namorada sair do banco traseiro para embarcar no banco dianteiro.
O repórter esportivo Djalma Ferreira ainda não tinha conseguido abrir o portão quando os tiros aconteceram, mas ele preferiu não olhar para trás e adentrou no seu prédio e bateu o portão. Só quando ouviu os gritos de socorro da namorada do jornalista, ele saiu para verificar o que tinha ocorrido.
A namorada do jornalista estava no banco traseiro, porque teria oferecido o banco do carona para o repórter esportivo que estava recém operado. A moça contou na ocasião que não conseguiu enxergar absolutamente nada, porque foi tudo muito rápido e aconteceram os tiros no momento que ela se preparava para descer da porta traseira para ocupar o banco da frente e a única coisa que conseguiu enxergar, foi um carro claro fugindo em direção ao mesmo sentido do veículo da vítima.
O laudo criminalístico e de medicina legal expedido pelo perito criminal Manoel Garrido e pela médica legista Cezarina Siqueira, revela que o jornalista Jel Lopes foi assassinado com 6 perfurações, sendo duas que lhe atingiram a parte baixa da cabeça e 4 na região do tórax, todas com orifícios de entrada pelo lado esquerdo. Os peritos constataram que quatro dos 6 tiros que atingiram o jornalista, tiveram seus projéteis transfixados, inclusive os dois que lhe atingiram a parte baixa da cabeça que quebraram sua mandíbula.
E dois projéteis foram extraídos durante a necropsia alojados no coração do jornalista. Pela dinâmica do local do crime, os peritos evidenciaram que o projétil que atingiu e se alojou na perna direita da namorada do jornalista, seja um dos projéteis que transfixaram do corpo da vítima. No dia 5desetembro de 2014, o governo da Bahia designou por meio do Departamento de Polícia Civil do Interior (DEPIN), o delegado especial Elvio Brandão para presidir o inquérito policial do caso.
No último dia 22 de janeiro de 2015, a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) e a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram o “Relatório 2014 da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil” registrando 129 casos de agressões a jornalistas, dentre elas 3 mortes, incluindo o assassinato do jornalista Jel Lopes em Teixeira de Freitas.
Jel Lopes foi o segundo jornalista abatido em Teixeira O radialista e jornalista Jel Lopes foi misteriosamente assassinado, 23 anos depois do sumiço também misterioso do radialista e jornalista Ivan Rocha, que no próximo dia 21 de abril de 2015, completará 243 anos do seu desaparecimento de Teixeira de Freitas.
O jornalista Ivan Rocha, que tinha 32 anos na ocasião, editor de três jornais de circulação dirigida e apresentador do programa jornalístico do meio-dia da Rádio Alvorada AM de Teixeira de Freitas, desapareceu na noite do dia 21 de abril de 1991, quando saía da casa da sua namorada, uma pedagoga que morava no bairro Urbis-I, na zona sul da cidade.
No dia do seu sumiço ele havia anunciado no seu programa de rádio que entregaria ao desembargador Mário Albianni, então presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, que visitaria a cidade no dia seguinte, um dossiê com nomes de políticos e policiais que integravam o sindicato do crime na região. Época que o extremo sul vivia uma enorme onda de crimes de pistolagem.
A promotora de justiça Graziella Junqueira Pereira, que chegou ao Ministério Público Estadual de Teixeira de Freitas, em setembro de 2009, tão logo assumiu a titularidade da 3ª Promotoria Criminal da Comarca, quis conhecer o caso e oficiou à polícia judiciária, o poder judiciário e órgãos afins para que esclarecessem sobre os fatos, objetivando reabrir o caso do jornalista Ivan Rocha. Mas a promotora não obteve nenhum êxito, justamente pela complexidade que gerou em torno do sumiço daquele profissional de imprensa, cujo corpo nunca apareceu e nem seu paradeiro tenha sido esclarecido por falta de autores definidos.
Até o inquérito ou processo do caso sumiu dos anais da Polícia Judiciária e do próprio Poder Judiciário. A promotora na época, lamentou publicamente a prescrição do crime do jornalista Ivan dos Santos Rocha, que na quinta-feira, do dia 21 de abril de 2011, completou exatos 20 anos do seu sumiço e sua prescrição foi dada como certa.
E 23 anos depois, foi à vez do ex-vereador, radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos, editor do site Portal N3 e pré-candidato a deputado federal, ser assassinado com 6 tiros, em plena via pública de uma região central da cidade. O jornalista Ivan Rocha é um desaparecido para sempre e o caso Jel Lopes que completa hoje (27), exato um ano, sinaliza estar à beira dos insolúveis. (Por Athylla Borborema).
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