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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Repercussão nacional: Cachorro é morto com 6 tiros de pistola durante desarmonia em Condomínio de Teixeira de Freitas


Vídeo: Cachorro é morto com 6 tiros de pistola durante desarmonia em Condomínio de Teixeira de Freitas

A execução de um cão por volta das 10h deste último sábado (13/06), em uma das ruas do Condomínio Atlântico Vile, na zona oeste de Teixeira de Freitas, por ação de um oficial da Polícia Militar, acabou ganhando uma repercussão sem proporção nas redes sociais, tão logo o vídeo do caso produzido pelo circuito interno do Condomínio, começou a ser postado e compartilhado por dezenas de contas. As imagens da cena lamentável, até o meio dia deste domingo (14), só tinha chegado ao conhecimento da Polícia Civil, mas depois ganhou o Estado e o País.

As imagens mostram a advogada soteropolitana Bruna Holtz Carvalho, 26 anos, que reside na cidade somente há 45 dias, passeando pela calçada de uma rua do Condomínio com os seus dois cachorros de estimação: um cinzento/amarelado de pequeno porte da raça Bulldog Francês e um branco de maior porte da raça Golden Retriever, quando rapidamente aparece o tenente Santos caminhando atrás e logo, a advogada cessa a caminhada com os animais para atender o chamado do oficial.

Mas o tenente saca de uma pistola e começa a atirar contra o cachorro menor Bulldog Francês, de 4 anos e meio, que levou 6 tiros. A advogada entra em desespero e sem temer os tiros, na ânsia de proteger seus cães, ainda consegue abraçar e salvar o cachorro maior e foge para dentro de uma casa, cujo dono lhe ofereceu abrigo. O tenente ainda entra na mesma direção em que fugiu a advogada, mas ele logo sai na sequência e continua caminhando na mesma direção.

A cena é chocante, porque o cão, quando é baleado, corre para os pés do oficial como se estivesse pedindo proteção, mas recebe o 6º tiro fatal na cabeça. Versão da advogada: A advogada Bruna Holtz Carvalho, 26 anos, oriunda de Salvador e residente no condomínio há 45 dias, para qual cidade veio se estabelecer profissionalmente, disse em depoimento oficial à Polícia Civil que no dia anterior ao ocorrido recebeu um bilhete do tenente Wilson Santos lhe pedindo que evitasse seus cachorros na grama do jardim da casa dele porque não se responsabilizaria por seus atos.

E ela foi à residência dele na sequência procurar o remetente do bilhete para esclarecer os fatos e narrou que foi atendida pela esposa do oficial, que foi extremamente educada com ela, mas o tenente logo teria aparecido e lhe batido a porta e não quis diálogo contigo. E no dia seguinte estaria passeando nas ruas do Condomínio com seus cães e um deles realmente fez xixi coincidentemente no muro de esquina da casa do oficial. Mas continuaram passeando, quando percebeu o tenente andando atrás dela e até que ele se aproximou e perguntou: “Você me conhece de onde para tanto me provocar?”-, e antes que pudesse se justificar com o vizinho, ele logo sacou da arma e disparou seis vezes contra um dos seus cachorros.

O bilhete que a advogada alega ter recebido do tenente ainda não foi entregue para a Polícia Civil. Versão do tenente: O 1º tenente Wilson Santos, é também oriundo de Salvador, mas mora em Teixeira de Freitas há 8 anos. Foi lotado da 43ª CIPM de Itamaraju, 13º BPM de Teixeira e atualmente é um dos oficiais dos quadros do Colégio da Polícia Militar de Teixeira de Freitas (CPM). A versão contada pelo tenente Santos ao Teixeira News, esclarece que a dona dos cachorros estava levando os animais para defecar no seu jardim todos os dias. Tanto que seu filho de 2 anos foi proibido de brincar na grama da própria casa por causa das fezes dos animais.

Até que no dia anterior ao fato, ele mandou um recado para que a dona dos cachorros não tivesse a mesma atitude, porque estava prejudicando o lazer da sua família na área da sua própria residência. Mas segundo o oficial, naquela mesma noite a advogada teria ido em sua casa e chegou lhe desferindo desaforos e lhe insultando com lição de moral usando das normas do direito, por compartilharem o mesmo Condomínio. Fora quando realmente fechou sua porta na frente da mulher, segundo o oficial. O 1º tenente ainda informou que no dia seguinte, logo cedo ela teria voltado ao seu jardim e colocado novamente os animais para promover suas necessidades fisiológicas em sua grama, mas nada fez.

E, então procurou a síndica do Condomínio que prometeu que no período da tarde resolveria o problema quando retornasse da igreja. Conforme o tenente, por volta das 10h, a advogada voltou para a frente da sua casa em meio a 80 jardins residenciais no Condomínio e ela teria escolhido mais uma vez justamente o seu gramado e colocado os animais para defecar. Só que desta feita ela teria recolhido as fezes dos cachorros e colocado em um saquinho e descartado em uma lixeira, embora tendo ficado resquícios na grama.

Fora quando o tenente Santos entendeu que era muita provocação e não aguentou, o que ele chamou de “desaforo” e promoveu o abate de um dos seus cachorros. “Lamento a morte do cão, mas o desaforo foi além e desrespeitoso e, terminou eu me vendo obrigado a tomar uma atitude para não continuar sendo desmoralizado dentro da minha própria casa”. Polícia Civil: O titular da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, delegado Kleber Gonçalves, é a autoridade policial que preside o procedimento do caso e já informou que descarta qualquer possibilidade de tentativa de homicídio por parte do oficial, porque o vídeo é claro. “Ele mira somente no cachorro e nenhum momento ele levanta a arma em direção a advogada”, diz. “Ele tinha uma única intenção que era matar o animal doméstico da advogada”, completa.

Embora o delegado Kleber Gonçalves deixou evidente que o oficial vai responder a um Termo Circunstanciado baseado na infração ambiental cometida. A infração cometida pelo tenente é prevista no artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais, de 1998. A lei prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar” qualquer tipo de animal. Se houver a morte do bichinho, a pena aumenta até um terço, conforme o § 2º. (Por Athylla Borborema).

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