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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Rádio de Utinga tem equipamentos roubados e descaso na segurança vem à tona



Na madrugada do último dia 20 de outubro, a rádio 105 FM, em Utinga, cidade cerca de 440 quilômetros de Salvador, foi vítima de furto e perdeu todos os equipamentos necessários para funcionamento do veículo. Em contato com a reportagem, na manhã desta quarta-feira (28), a diretora da rádio Rose Fernandes, deu detalhes do crime e lamentou a falta de efetividade da polícia para localizar os suspeitos.

Segundo a diretora, os bandidos arrombaram o forro do teto para ter acesso à sala. "Na madrugada de segunda para terça-feira, eles invadiram o local pelo telhado, arrombaram o forro e levaram os equipamentos", contou ao lembrar que entre às 0h e 6h, a rádio não funciona. "Quando o locutor chegou no outro dia pela manhã para abrir a rádio, percebeu que não tinha quase equipamento nenhum e os poucos que restaram, eles danificaram".


A diretora revelou que a ação dos criminosos iniciou através do posto de saúde, que tem ao lado da rádio. "A rádio divide muro com um posto de saúde e a ação foi feito pelo posto, que estava com os portões abertos na hora", destacou.

Questionada sobre as investigações, identificação dos suspeitos e localização dos equipamentos, Rose lamentou a falta de efetividade da polícia. "Nada até agora. Ninguém viu nada, ninguém sabe de nada, ninguém dá informação. Sem contar, que não tem policiamento suficiente", alertou ao lembrar a dificuldade de venda dos equipamentos. "Não são instrumentos de serem vendidos facilmente. Então, provavelmente querem só destruir".

A "denúncia" da diretora foi confirmada por um policial da Delegacia Territorial de Utinga, que preferiu não se identificar. Em contato, nesta manhã, o policial confirmou o assalto e que as investigações estão paradas. "Estão paradas porque é um problema governamental. Não tem efetivo, por isso estão paradas as investigações", revelou.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que através da assessoria de imprensa, afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto. Já a delegada da cidade, Elaine Laranjeira, disse não ter conhecimento da situação e que vai procurar informações para um retorno, que não aconteceu até o fechamento desta matéria.


Enquanto isso, a rádio que funciona desde 2002, permanece fora do ar e fará uma festa beneficente em busca de arrecadar recursos para compra de novos equipamentos. Com medo de represálias, Rose evita falar em suspeitos, mas não esconde a desconfiança de que a ação teve motivos de censura. "É uma rádio que está sempre dando voz e vez à comunidade. Sempre temos programas polêmicos e ficamos na suspeita que tenha algo por trás. Eu sou uma das locutoras mais polêmicas e sempre "batendo" nas coisas erradas da administração municipal. Todo mundo fala que foi premeditado, mas não temos provas para julgar ninguém. Então, preferimos não citar nomes", desabafou./Bocão News

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