O Espírito Santo se prepara para receber a lama com rejeitos de mineração da Samarco e, em Linhares, a foz do Rio Doce começou a ser aberta, na manhã desta segunda-feira (9), no distrito de Regência, região Norte do estado.
A previsão é que o material chegue ao estado, na madrugada terça-feira. Além de Linhares, Baixo Guandu e Colatina vão ser afetados. O local, ponto onde as águas do Rio Doce desaguam no mar, estava fechado por bancos de areia devido à estiagem de chuvas no estado. A ação tem por objetivo dar vazão à lama, resultado do rompimento da barragem de Bento Rodrigues em Minas Gerais.
O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco aconteceu na quinta-feira (5) e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A lama também chegará ao Espírito Santo.
Um caminho de 70 metros formado por areia separa o rio do mar. Os trabalhos na foz começaram por volta das 8h com uma retroescavadeira, e devem durar o dia todo. A Prefeitura de Linhares informou que outra máquina, do mesmo tipo, está sendo dirigida ao local para ajudar na ação.
Técnicos do órgão disseram que o acesso não será liberado de uma só vez porque a força da maré, que é mais forte que a do rio, ameaça fechar novamente o canal. Assim, uma parte da 'Boca da Barra' ainda ficará fechada até que a lama chegue e dê força suficientes para que as água do Rio Jucu levem todos os trejeitos para o mar.
Abastecimento
O abastecimento de água tratada na cidade de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, vai ser fornecido pelo município de Linhares, na região Norte, segundo informou, nesta segunda-feira (9), o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski. Após a passagem dos rejeitos vindos do rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, carros-pipa irão buscar a água tratada para abastecer hospitais, asilos, abrigos e presídios.
De acordo com o prefeito, as equipes que vão realizar o transporte estiveram no local de captação e já acertaram a parte operacional. “Acho que vai ser possível manter entre 20% e 30% do que a gente trata normalmente quando capta no Rio Doce”, falou Deptulski. Ainda não há uma previsão do tempo que o município de Colatina vai ter o abastecimento suspenso.
“A primeira cidade que passou por isso foi Governador Valadares e nós ainda não sabemos o que aconteceu. Em Ipatinga, onde houve análise, a qualidade da água piorou. Se essa tendência se confirmar, vamos ficar entre 24 e 48 horas com o risco de não tratar”, destacou o prefeito.
Apesar disso, as duas barragens existentes no percurso da lama podem reduzir o tempo de suspensão do abastecimento.
“Passando pelas barragens, diminui a concentração de partícula. Assim que a mancha de lama estiver mais próxima, nós já vamos coletar amostra para fazer análise e, a partir daí, é que nós vamos dizer se vamos continuar tratando a água ou não”, falou Deptulski.
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