O traficante mais procurado
do Brasil, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, conhecido como "Marcelo
Piloto", que fornece armas e drogas para o Comando Vermelho, a maior
facção criminosa do Rio de Janeiro, foi preso no Paraguai nesta quarta-feira (13).
A operação, que envolveu
agentes paraguaios, brasileiros e americanos, foi realizada na cidade de
Encarnación, 350 quilômetros a sudeste da capital Assunção, perto da cidade
argentina de Posadas, detalharam fontes oficiais dos dois países.
"Marcelo Piloto, que tem
uma história muito pesada, incluindo homicídios, tráfico (...) e assaltos,
escondia-se há anos no Paraguai, de onde enviava armas, drogas e munições para
alimentar as favelas controladas pela maior facção criminosa do Rio",
indicou a Secretaria de Segurança do estado do Rio de Janeiro em um comunicado.
A prisão do traficante mais
procurado do Brasil é "um grande golpe para o crime organizado no Rio de
Janeiro", acrescenta o texto.
Em Assunção, o porta-voz da
Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) disse à AFP que o chefe do tráfico, de
42 anos, "não tem casos pendentes no Paraguai" e "o mais
provável é que seja expulso e entregue às autoridades da Polícia Federal
brasileira".
- Operação conjunta -
Entre 30 e 40 agentes da
Polícia Antidrogas do Paraguai, acompanhados por agentes da DEA, dos Estados
Unidos, e da Polícia Federal brasileira irromperam ao amanhecer na casa de
"Marcelo Piloto".
Segundo testemunhas, ele
vivia há seis meses nessa residência, rodeada por cercas elétricas e com um
sistema de vigilância de câmeras de circuito fechado.
"O detido tinha em seu
poder três cédulas de identidade paraguaias falsas", embora não tenham
encontrado drogas no local, informou o diretor da Senad, Hugo Vera.
Segundo sua ficha policial
publicada pelo Disque Denúncia, o traficante foi preso em 1998, e em 2007 se
beneficiou do regime de semiliberdade, que aproveitou para fugir.
"Sempre armado com
pistolas e fuzis, e cercado de seguranças, o traficante costuma promover bailes
funk nas comunidades, impulsionados pela venda de drogas, e circular com
veículos roubados", indica sua ficha.
O secretário de Segurança do
Rio, Roberto Sá, disse que se trata de uma captura "de grande
importância", porque Marcelo Piloto "tinha uma posição de
hierarquia" no Comando Vermelho, mas não espera que isto tenha um grande
impacto na onda de criminalidade que afeta o Rio.
A prisão "terá sem
dúvida um impacto nessa facção, mas precisamos continuar procurando criminosos
que abastecem outras facções e cortar essa linha de abastecimento de armas e
munições. É uma necessidade nacional", disse Sá em coletiva durante a
tarde.
O Rio de Janeiro vive uma
escalada de violência, o que motivou o envio de cerca de 8.500 militares em
julho para apoiar a Polícia.
Na semana passada, uma
operação que envolveu 3.000 homens prendeu Rogério Avelino da Silva, o
"Rogério 157", considerado o chefe do tráfico mais procurado do Rio.
Nesta quarta-feira, cerca de
800 soldados realizaram uma intervenção no Conjunto de Favelas da Maré.
Mais de 1,5 milhão de
pessoas, um quarto da população, vive nas comunidades do Rio, cujo controle é
disputado por diferentes facções.
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