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sexta-feira, 23 de março de 2018

Radialista diz que salário de professor não é ruim e faz comparações com trabalho de vaqueiro




Não é nenhuma novidade que o secretário da Educação de Itanhém, Álvaro Pinheiro, recorre sempre aos microfones de sua emissora de rádio para tentar convencer a população de que as decisões político-administrativas dele e de sua irmã Zulma Pinheiro – que é a prefeita da cidade – estão corretas.

Durante todo o tempo que ele e sua irmã estão à frente do Executivo Municipal sempre foi assim. Todas as vezes que a coordenadoria da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) decidiu por fazer algum movimento em defesa de seus direitos, paralisação ou greve por tempo indeterminado, como é o atual momento, o secretário determina ao radialista de sua confiança, Silas Gama, que o entreviste durante a programação matinal que, em tese, tem uma maior audiência.

Nesta semana, já acostumado ao pensamento do chefe, o radialista, que por sinal é sempre o escolhido da CDL como o melhor de Itanhém, protagonizou a cena mais bizarra que o radialismo viu nos últimos tempos. Silas Gama desmereceu a mais importante e honrada profissão do país e, nos microfones, para gregos e troianos ouvirem fez comparações esdrúxulas, próprio de quem não tem o mínimo de respeito “por aqueles que constroem nosso país”, os professores, como sabiamente afirmou o senador Cristovam Buarque.

O radialista da confiança de Álvaro Pinheiro criticou a greve por tempo indeterminado dos profissionais da educação e defendeu que o município deveria descontar os dias que não houver aula do salário dos professores.

“E quem é que está sendo prejudicado? Os alunos”, disse o radialista em seu programa matinal. “Já pensou também na realidade, se o município dentro da lei, por cada dia de greve descontasse também do salário, aí sim, iria doer no bolso e alguém iria pensar melhor antes de fazer a greve, a própria categoria”, defendeu.

Silas Gama defendeu ainda que o pagamento em dia dos vencimentos seria o suficiente para os professores estarem na sala de aula e insinuou que o gasto que o município faz com a categoria é muito alto.

“Porque do jeito que o professor está cobrando direito, o município tem [também] direitos e deveres. Se está arcando, tirando de todos os setores para cumprir com o compromisso de pagar 400 professores, uma folha altíssima, está cumprindo com o salário”, argumentou.

Para o radialista da emissora de Álvaro Pinheiro o salário do professor não está ruim.

“Um professor que dá um turno, 13 horas por semana, ganhando mais de R$ 1.200, tá ruim?”, questionou. “Tá ruim é pra o pai de família que trabalha mais de 8 horas de relógio no sol pra ganhar R$ 937”, comparou, esquecendo-se de que o valor do salário mínimo, na verdade, é R$ 954 e que, na atualidade, o relógio é o único instrumento existente para marcar o tempo.

Silas Gama fez questão de comparar o trabalho do professor com o serviço de um vaqueiro para justificar que o salário da educação não está ruim.

“Vou dar o exemplo do vaqueiro. Sabe que horas o vaqueiro levanta pra poder ganhar 937 por mês? Ele levanta 4 horas da manhã e trabalha até às 6 horas da noite. Quantas horas já foram aí? Mais de 14 horas por dia ele trabalha para ganhar R$ 937. Tira leite e trabalha até às 6 horas, é a hora que ele tira a cela do cavalo e vai tomar um café. Não é brinquedo não!”, comparou.

O radialista usava os microfones do seu programa para opinar sobre a situação da greve dos professores e, paradoxalmente, no final de seu posicionamento disse que não estava falando como comunicador e sim como pai de duas crianças que estudam em escolas da rede municipal de ensino, como que se fosse possível desvincular, naquele momento, uma situação da outra.

“Não estou falando como comunicador não, estou falando como pai de família que tem duas filhas na escola, não estou falando como locutor da 101,5 [FM] não”, foi paradoxal.

Para finalizar, o radialista incentivou os pais de alunos a fazerem uma passeata para cobrar o retorno das aulas.

“Agora quem tem que fazer uma passeata na rua para cobrar os benefícios não são os professores não, são os pais de família e as mães de família para cobrar a volta das aulas”, sugestionou. 

Se estão com o salário em dia tem que cumprir o compromisso da aula com o aluno, mas não prejudicar o aluno mais do que já está sendo prejudicado”, encerrou./aguapretanews

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