Professores de Belmonte, no
sul da Bahia, estão em greve há três semanas e mais de cinco mil estudantes da
rede municipal de ensino estão sem aulas. Os docentes reclamam de atrasos nos
salários. Esta é a segunda paralisação do ano da categoria no município.
Os professores pararam as
atividades no dia 8 de outubro, e no dia 16 decretaram greve. O sindicato que
representa a categoria diz que houve atraso no salário de setembro.
Para os docentes da sede do
município, o salário foi pago na última sexta-feira (26), mas os professores
que ensinam em três distritos da zona rural ainda estão sem receber.
"Se passou do quinto dia
útil, que era um acordo que nós tínhamos. Em vários outros municípios não se
paga no quinto dia últil, se paga no mês, no máximo no dia primeiro. Nós
tinhamos esse acordo e esse acordo foi descumprido", afirma o coordenador
do sindicato Igor Suzart.
"De acordo com o que a
gente conversou em assembleia e ficou deliberado, a categoria só retorna ao
trabalho se todos os professores do município, todos os profissionais da
educação, receberem", destaca a professora Iracema Bispo.
Mais de 5 mil estudantes
ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3
semanas — Foto:
Reprodução/TV Santa Cruz Mais de 5 mil estudantes ficam sem
aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3 semanas —
Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Mais de 5 mil estudantes
ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3
semanas — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Os pais dos alunos se dizem
preocupados com o cumprimento do calendário escolar. "Já temos 21 dias sem
aulas. Minha filha tem 8 anos, estuda a terceira série, e a preocupação é
grande porque a gente não sabe se vai dar para concluir esse ano", afirma
o autônomo Marcelo Guimarães.
A prefeitura da cidade afirma
que faltam ser pagos os salários de 97 dos 743 profissionais da educação. O
prefeito, Janival Borges, diz que houve atraso nos pagamentos porque a verba do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) diminuiu
cerca de 17%, se comparado com o repasse do ano passado.
Ele diz que o que a
prefeitura recebeu este mês, R$ 1.406.000, não deu para pagar a folha de
professores efetivos, que seria de R$ 1.480.000. Disse ainda que teve que
recorrer à arrecadação do município para pagar os funcionários contratados.
"Este recurso do Fundeb
não é somente destinado a pessoal. Ele é destinado para outros custos da
educação e não está dando para pagar nem o efetivo. Este é um problema
nacional, uma dificuldade muito grande que nós estamos passando. Inclusive,
estamos aportando para a educação um percentual bem maior do que determina a
lei, quase 30%, enquanto que a obrigação nossa é de 25%", destacou o
prefeito.
Ele garantiu que os
professores da zona rural vão receber os salários até esta terça-feira (30).
Com relação aos salários de outubro, ele disse que serão pagos até o dia 10 de
novembro.
Em julho deste ano, até a
sede da prefeitura de Belmonte, no sul da Bahia, chegou a ser fechada porque o
prefeito da cidade decidiu suspender o atendimento por uma semana como forma de
protestar contra a crise financeira que o município, que tem pouco mais de 24
mil habitantes, enfrenta.
Na ocasião, o prefeito disse
que houve uma queda na arrecadação de impostos este ano. Além disso, conforme
Janival, o repasse das verbas dos governos federal e estadual diminuíram, o que
provocou uma queda de 25% na receita do município./G1
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