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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Com greve de professores que já dura 3 semanas, mais de 5 mil estudantes ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA





Professores de Belmonte, no sul da Bahia, estão em greve há três semanas e mais de cinco mil estudantes da rede municipal de ensino estão sem aulas. Os docentes reclamam de atrasos nos salários. Esta é a segunda paralisação do ano da categoria no município.

Os professores pararam as atividades no dia 8 de outubro, e no dia 16 decretaram greve. O sindicato que representa a categoria diz que houve atraso no salário de setembro.


Para os docentes da sede do município, o salário foi pago na última sexta-feira (26), mas os professores que ensinam em três distritos da zona rural ainda estão sem receber.

"Se passou do quinto dia útil, que era um acordo que nós tínhamos. Em vários outros municípios não se paga no quinto dia últil, se paga no mês, no máximo no dia primeiro. Nós tinhamos esse acordo e esse acordo foi descumprido", afirma o coordenador do sindicato Igor Suzart.

"De acordo com o que a gente conversou em assembleia e ficou deliberado, a categoria só retorna ao trabalho se todos os professores do município, todos os profissionais da educação, receberem", destaca a professora Iracema Bispo.

Mais de 5 mil estudantes ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3 semanas — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Mais de 5 mil estudantes ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3 semanas — Foto: 

Reprodução/TV Santa Cruz Mais de 5 mil estudantes ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3 semanas — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Mais de 5 mil estudantes ficam sem aulas em Belmonte, no sul da BA, com greve professores que já dura 3 semanas — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Os pais dos alunos se dizem preocupados com o cumprimento do calendário escolar. "Já temos 21 dias sem aulas. Minha filha tem 8 anos, estuda a terceira série, e a preocupação é grande porque a gente não sabe se vai dar para concluir esse ano", afirma o autônomo Marcelo Guimarães.

A prefeitura da cidade afirma que faltam ser pagos os salários de 97 dos 743 profissionais da educação. O prefeito, Janival Borges, diz que houve atraso nos pagamentos porque a verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) diminuiu cerca de 17%, se comparado com o repasse do ano passado.

Ele diz que o que a prefeitura recebeu este mês, R$ 1.406.000, não deu para pagar a folha de professores efetivos, que seria de R$ 1.480.000. Disse ainda que teve que recorrer à arrecadação do município para pagar os funcionários contratados.

"Este recurso do Fundeb não é somente destinado a pessoal. Ele é destinado para outros custos da educação e não está dando para pagar nem o efetivo. Este é um problema nacional, uma dificuldade muito grande que nós estamos passando. Inclusive, estamos aportando para a educação um percentual bem maior do que determina a lei, quase 30%, enquanto que a obrigação nossa é de 25%", destacou o prefeito.

Ele garantiu que os professores da zona rural vão receber os salários até esta terça-feira (30). Com relação aos salários de outubro, ele disse que serão pagos até o dia 10 de novembro.

Em julho deste ano, até a sede da prefeitura de Belmonte, no sul da Bahia, chegou a ser fechada porque o prefeito da cidade decidiu suspender o atendimento por uma semana como forma de protestar contra a crise financeira que o município, que tem pouco mais de 24 mil habitantes, enfrenta.

Sede da prefeitura amanheceu fechada nesta segunda-feira (16) — Foto: Reprodução/ TV Santa Cruz

Na ocasião, o prefeito disse que houve uma queda na arrecadação de impostos este ano. Além disso, conforme Janival, o repasse das verbas dos governos federal e estadual diminuíram, o que provocou uma queda de 25% na receita do município./G1

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