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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

PF vai investigar suspeita de esquema criminoso para acobertar assassinato de Marielle Franco



Irmã e namorada de Marielle Franco


Cerca de oito meses depois do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista, Anderson Gomes, a Polícia Federal vai investigar a suspeita da existência de um esquema criminoso para acobertar a elucidação do caso. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que comanda a corporação.


Segundo Jungmann, o requerimento para a instauração do inquérito foi feito pela Procuradoria-Geral da República, a partir do depoimento de duas testemunhas colhidos dentro e fora do Rio de Janeiro. Ele não deu detalhes sobre quem são as testemunhas nem quais os agentes públicos que integraram essa organização criminosa.

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Numa entrevista publicada nesta segunda pelo jornal O Globo, o ex-policial Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando Curicica, um dos suspeitos de participar do crime, disse que a Polícia Civil fluminense “não tem interesse” em elucidar as circunstâncias da morte de Marielle. Jungmann não confirmou se Orlando é uma das testemunhas ouvidas pela Procuradoria-Geral da República.

O ministro da Segurança Pública disse que as acusações das duas testemunhas são “graves” e que elas apontaram “nomes” e “valores” dos envolvidos. “Essas denúncias acusam a existência de uma organização criminosa envolvendo agentes públicos de diversos órgãos, milicianos e a contravenção para impedir, obstruir e desviar a elucidação do homicídio de Marielle e Anderson Gomes", afirmou Jungmann, numa coletiva no Ministério da Justiça.

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Ele disse ainda que, embora o objetivo principal da PF seja esclarecer a suposta rede criminosa para atrapalhar as investigações, o trabalho da corporação pode sim ajudar a chegar aos autores materiais e intelectuais dos assassinatos. "Se essa investigação levar luz sobre quem matou Marielle e Anderson, é uma possibilidade", pontuou.

Atentado contra a democracia

As investigações do caso Marielle ocorrem a nível estadual, tanto pela Polícia do Rio quanto pelo Ministério Público local. Jungmann disse que, de certa forma, a ação da Polícia Federal será uma "investigação da investigação". Ele lembrou ainda que a Procuradoria do Rio de Janeiro foi contrária à federalização do caso, razão pela qual a Polícia Federal não está apurando diretamente o crime. "Quando a Procuradoria-Geral estava iniciando os estudos para fazer a federalização [das investigações], houve um movimento do Ministério Público do Rio, entendendo que aquilo era uma violação da autonomia do Estado."

Para o ministro, o atentado contra Marielle e Anderson é um crime contra a democracia. "Quando você cala uma representante popular, que defende minorias e leva ao conhecimento denúncias, você está atacando a própria democracia, os direitos humanos e a representação popular", declarou.

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Nesta semana, Anielle Franco, irmã da vereadora executada, pediu ajuda para o presidente da França, Emmanuel Macron, para o esclarecimento do crime. Ela participava em Paris da Cúpula Mundial de Defensores de Direitos Humanos e afirmou que, com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), teme que o caso nunca seja esclarecido. Macron disse a jornalistas que aceitou o pedido de ajuda de Franco./ brasil

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