O município de Mucuri com as
mais belas praias do litoral do nordeste, completa nesta quarta-feira (10/10),
249 anos de emancipação político-administrativa. Mucuri é a mais antiga cidade
da região administrativa do extremo sul da Bahia, emancipada como cidade em 10
de outubro de 1769. Dos municípios mais antigos administrativamente da região
extremo sul da Bahia, depois de Mucuri vem Santa Cruz Cabrália com 185 anos (23
de julho de 1833); Caravelas com 163 anos (23 de abril de 1855); Belmonte com
127 anos (23 de maio de 1891); Porto Seguro com 127 anos (30 de junho de 1891);
Alcobaça com 122 anos (20 de julho de 1896) e Prado com 122 anos (20 de julho
de 1896).
Embora os povoamentos mais
antigos do extremo sul baiano são Porto Seguro e Caravelas que nasceram em
1503, sendo que à cidade de Porto Seguro ainda comemora a sua data de
colonização ocorrida em 1532, mas a sua independência administrativa com status
de cidade só ocorreu em 30 de junho de 1891. Por isso que Mucuri é o município
mais antigo do extremo sul da Bahia, porque possui o primeiro território
demarcado da região.
O município de Mucuri que
hoje é proporcionalmente dono da maior arrecadação financeira do extremo sul e
16º município mais rico do estado, além de 5º em arrecadação de ICMS da Bahia,
completa em 10 de outubro de 2018, 249 anos de emancipação político e
administrativa.
Mucuri possui o 7º maior
território da região extremo sul com 1.775 Km2, e com uma população atual de
42.815 habitantes, conforme cálculo do IBGE de 2018. A sede do município fica
estabelecida à beira do oceano atlântico e às margens do cruzamento das BAs 698
e 001 e o seu território é cortado de norte a sul pela rodovia federal BR-101.
O município foi criado por emancipação política em 10 de outubro de 1769, com
território desmembrado de demarcações denominadas pelo estado que tinha sede
territorial na capitania provinciana da segunda vila antiga de Porto Seguro.
As festas tradicionais da
cidade de Mucuri são Reveillon, Carnaval e festa junina do Peroá no período do
São Pedro. O calendário do carnaval é a época do ano que atrai milhares de
pessoas à cidade, procedentes dos mais diversos cantos do país, principalmente
de Minas Gerais e Goiás, quando Mucuri é transformada na capital dos mineiros.
Seu nome tem origem na língua
tupi, ao nome de uma madeira originária da região e origem maior do nome do Rio
Mucuri, que nasce no nordeste de Minas Gerais e percorre em maior extensão em
seu território até a deságua no oceano atlântico na cidade sede de Mucuri. Seu
padroeiro é São José.
A economia base de Mucuri
gira em torno da Pesca, Agricultura, Pecuária, Cacau, Cultivo do Eucalipto e
Indústria de Papel e Celulose. O município é portal de entrada da Bahia e do
nordeste brasileiro, fazendo fronteira com os estados de Minas Gerais e
Espírito Santo.
Além da sede, Mucuri possui
12 distritos e povoados, iniciando com Itabatã que é o terceiro maior distrito
do Brasil, além de Belo Cruzeiro, Taquarinha, Ibiranhém, São Jorge, Campo
Formoso, 31 de Março, Cruzelândia, Nova Brasília, Oliveira Costa, Costa Dourada
e Paulo Freire.
Com 35 Km de praias urbanas e
virgens com belíssimas falésias e inúmeros coqueirais, Mucuri está situado na
zona turística da Costa das Baleias, com as praias da Vila, Pôr do Sol, Praia
das Malvinas, Praia da Orla, Praia da Barra, Praia da Lagoa Grande, Praia do
Lombisome, Praia do Josué, Praia da Jacutinga, Praia do Sossego também
conhecida por Praia do Domingo, Praia dos Coqueiros, Praia da Costa Dourada,
Praia Dois, Cacimba do Padre, Praia dos Lençóis e Praia do Riacho Doce.
Agricultura (produção
expressiva de mandioca). Na pecuária, apresenta importantes rebanhos bovino,
suíno e eqüino. Possui 185 indústrias (com destaque para a Suzano/Bahia Sul
Papel e Celulose, maior empresa nacional do ramo em patrimônio líquido e uma
das principais indústrias de papel do continente), 1º lugar na posição geral do
Estado da Bahia na indústria de papel e celulose e 1.266 estabelecimentos
comerciais na 38ª posição dentre os municípios baianos.
As primeiras explorações na
região onde se situa Mucuri, datam do século XVI, devido as constantes
tentativas de encontrar ouro e pedras preciosas. No entanto, a ferocidade dos
aimorés tornou difícil a permanência desses exploradores que nada puderam
edificar na região.
A notícia de riquezas no
Brasil trouxe inúmeros europeus, além dos portugueses que por terras
mucurienses já habitavam. Dessas levas, alemães e suíços se estabeleceram,
cultivando café no início do século XVIII.
Município criado com
território desmembrado de Vila Viçosa, demarcação provinciana da vila de Porto
Seguro, com sede no arraial de Mucuri e recebendo a denominação de Vila de São
José de Porto Alegre, por força da Carta Régia, de 03/03/1755, teria a
subdivisão alterada para Mucuri.
A beleza das praias da região
da Costa Dourada, ainda registra na história do município de Mucuri, a disputa
em que foi alvo o referido território por meio de brigas por limites em virtude
do desejo antigo do Espírito Santo em tê-lo no seu limite base. A questão dos
limites entre a Bahia e o Espírito Santo tem origem no ano de 1764, quando
tropas baianas comandadas pelo ouvidor Tomé Coucero de Abreu invadiram o norte
capixaba até o Rio Doce no município de Linhares, e dominaram a região por 59
anos.
Naquela época, o Rio Mucuri
era o marco divisório entre os dois estados e São Mateus a cidade mais
importante do Espírito Santo. A ocupação baiana terminou com a proclamação da
Independência do Brasil.
Em 1923, quando começou a ser
construída a estrada de ferro para ligar Cajubi a Conceição da Barra, a Bahia
quis invadir o Espírito Santo de novo. Nessa época, foi publicado o livro
“Questão dos Limites entre a Bahia e o Espírito Santo”, do historiador Braz de
Amaral, que contestava a divisa entre os dois estados pelo Rio Mucuri e
assegurava que a divisa real situava-se à margem esquerda do Riacho Doce.
Historiador recomendava uma visita armada dos baianos a São Mateus.
Quando a construção da
ferrovia alcançou o município de Taquaras, o governo da Bahia embargou as
obras, paralisando sua construção. Foi uma questão provocada pelo deputado
Pedro Fontes, que temia ser prejudicado em sua fazenda de cacau localizada na
margem esquerda do Rio Mucuri.
Em 22 de abril de 1926, foi
assinado um acordo entre a Bahia e o Espírito Santo, representados pelos
governadores Francisco Marques de Góes Calmon e Florentino Ávidos, com prazo de
vigência até 1951. O documento dava direito de 1.200 quilômetros de terras
capixabas à Bahia, estabelecendo uma linha provisória, onde a divisa não seria
mais o Rio Mucuri e sim o Riacho Doce.
No ano de 1992, o Espírito
Santo voltou apenas ensaiar a pretensão de recorrer por ações políticas para se
apossar do território do outro lado do Rio Mucuri que engloba todas as praias
da Costa Dourada. Mais o então governador da Bahia na época, Antônio Carlos
Magalhães resistiu duramente à intenção dos capixabas e ameaçou invadir o
território Espírito-santense caso houvesse a insistência política daquele
estado em querer tomar a área da Costa Dourada dos pertences da Bahia. (Por
Athylla Borborema)
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