O ex-ator pornô e deputado
federal eleito, Alexandre Frota (PSL-SP), e um grupo de seguidores de sua
página na rede social Facebook, serão investigados por ofensas à juíza federal
Adriana Freisleben de Zanetti, da 2ª Vara de Osasco.
Frota foi condenado na última
terça-feira (18), por atribuir uma frase sobre pedofilia ao deputado Jean
Wyllys (PSOL-RJ). Logo a seguir, ele se manifestou no Facebook, colocando em
dúvida a imparcialidade da magistrada atribuindo a ela vinculação partidária.
“A justiça de Osasco reduto do Pt me condenou (sic)”, diz o texto de
apresentação que fez ao compartilhar a notícia da sentença.
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Frota também publicou um
vídeo zombando da decisão. Na gravação ele corta folhas de papel com uma
tesoura e finge chorar. Imediatamente centenas de pessoas comentaram as
publicações, grande parte com ofensas à magistrada.
Na quarta-feira (19) de
manhã, Zanetti foi informada por colegas sobre os ataques e passou a fazer
cópia das manifestações agressivas. Levou-as ao conhecimento do Ministério
Público Federal no mesmo dia.
Com a representação feita por
ela, foi aberta uma investigação sobre injúria funcional, quando o agente
público é insultado ao desempenhar sua função.
A Procuradoria solicitou ao
Facebook a preservação do conteúdo das mensagens ofensivas à magistrada, já que
usuários poderiam apagar suas postagens.
Em seguida, o caso foi
encaminhado ao juiz federal Rafael Bispo, de Osasco, que determinou que o
Facebook informe a identidade de cada pessoa por trás dos perfis que atacaram a
juíza. O caso agora corre sob sigilo.
A juíza Adriana Zanetti
também irá processar o futuro deputado na esfera cível, por danos morais.
A Ajufe (Associação dos
Juízes Federais), que irá auxiliá-la no processo, divulgou nota em apoio à
magistrada dizendo que repudia “as agressões e reitera total apoio à
magistrada”.
“O respeito às decisões
judiciais e ao Poder Judiciário é fundamental para a preservação do Estado
Democrático de Direito”, diz a carta assinada pelo presidente Fernando
Mendes./Folha
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