O médium João Teixeira de
Faria, 77, o João de Deus, passou mal nesta quarta-feira (2) no Núcleo de
Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana
da capital, onde está preso preventivamente por suspeita de praticar crimes sexuais.
Ele foi encaminhado pela equipe do presídio para se submeter a exames de
urgência em um hospital público após sentir fortes dores no estômago e tonturas
e ter sangramento no pênis e nas fezes.
Na última sexta-feira (28),
João de Deus foi denunciado sob a acusação de dois crimes de violação sexual
mediante fraude e dois estupros de vulneráveis. Os crimes teriam ocorrido
durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia,
próximo ao Distrito Federal.
O médico João Paulo Resende,
a gerente de assistência biopsicossocial da Superintendência Executiva de
Administração Penitenciária (Seap), Daniella Santos Cruvinel da Cruz, e o
diretor do Núcleo de Custódia, Brunno Morais, assinaram a requisição de
permissão para a saída médica.
O médium faz tratamento de
cardiologia com cinco stents instalados no coração e tem apenas 40% do estômago
em funcionamento, já que a maior parte do órgão foi retirada por causa de um
câncer que o acometeu.
Um dos advogados de João de
Deus em Goiânia, Alex Neder disse que o médium começou a passar mal ainda na
manhã desta quarta. "A situação dele, antes da prisão, já era diferenciada
e preocupante. Com a prisão, a saúde dele se agravou", disse.
De acordo com o advogado, o
sistema prisional não tem infraestrutura adequada para atendimento em saúde.
Segundo ele, o quadro de João de Deus é delicado porque o médium "não pode
comer qualquer coisa".
"João de Deus está muito
abalado e disse que ficou preocupado quando começou a passar mal. Os médicos
dele são de São Paulo. Ele tem medo de ter hemorragia ou outro problema e não
ser operado urgentemente pelos médicos dele, em quem ele confia", afirmou
Neder.
O juiz plantonista Wilson
Safatle Faiad concedeu habeas corpus a João de Deus, na última quinta-feira
(27), em relação à acusação de porte ilegal de armas. No entanto, o médium
continua preso por causa da acusação de crimes sexuais.
João de Deus está preso desde
o dia 16 de dezembro, após se entregar à Polícia Civil de Goiás. O sistema
prisional não informou o nome do hospital para onde ele foi encaminhado.
A defesa ainda aguarda
julgamento de pedido de habeas corpus protocolado junto ao STF (Supremo Tribunal
Federal) para que seja concedida a liberdade ou decretada a prisão domiciliar
do médium com uso de tornozeleira eletrônica. A procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, já se manifestou contrariamente ao pedido.
Para o Ministerio Público de
Goiás, João de Deus não apresenta um quadro de saúde debilitado que justifique
uma prisão domiciliar como requer a defesa dele.
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