Foi sepultada no final da
manhã desta sexta-feira (25/01), no Cemitério Municipal de Cumuruxatiba,
distrito do litoral norte do município de Prado, uma de suas moradoras
aborígines mais tradicionais da localidade. Ela se encontrava internada há uma
semana no Hospital Municipal de Prado, onde foi constatado um derrame cerebral
e a avançada idade não ajudou na recuperação da nativa.
Tionilha Miranda da
Conceição, a “Dona Tió” como era popularmente conhecida, morreu aos 94 anos.
Ela era nativa de Cumuruxativa e uma indígena bem característica. Atualmente
ela residia na Comunidade dos Guedes Borborema, a 7 quilômetros ao norte de
Cumuruxatiba com a sua filha Natalina Conceição Miranda e foi quem continuou
cuidando da idosa nos últimos dias da sua vida no Hospital.
A “Dona Tió” foi uma mulher
que desbravou as terras daquela região e foi uma incansável na luta pelas
causas indígenas na região de Cumuruxatiba. Ajudou a fundar o distrito e ao
lado do marido nas décadas de 50, 60 e 70 foram fundamentais para o crescimento
do lugar e nas décadas de 80 e 90, ela foi figura importante na união dos povos
indígenas e no início dos anos 2000, ajudou a fundar a aldeia Tauá na cabeceira
do rio do Peixe, no Parque Nacional do Descobrimento.
A Dona Tió foi uma guerreira
e criou seus filhos praticamente sozinha, porque ficou viúva aos 43 anos de
idade. Com a morte do seu marido Claudimiro José de Miranda, que morreu aos 60
anos no dia 15 de agosto de 1976, ela assumiu a chefia da casa com 10 filhos
pequenos, numa época de tempos difíceis, onde a alimentação para o dia a dia
era toda caçada na mata.
A nativa Tionilha Miranda da
Conceição, a “Dona Tió”, faleceu aos 94 anos na manhã desta quinta-feira (24) e
o velório ocorreu na casa da filha Eralda Conceição Miranda, no distrito de
Cumuruxatiba e foi sepultada no final da manhã desta sexta-feira (25). Ela
deixou mais de 20 netos e cerca de 30 bisnetos./TN
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