Presidente viaja neste
domingo para a Suíça, onde participará do tradicional encontro de líderes
políticos e investidores. Temer, Dilma, Lula e Fernando Henrique estiveram em
Davos.
O presidente embarca na noite
deste domingo (20) para participar do tradicional encontro, que reúne todos os
anos lideranças mundiais, políticos, banqueiros e investidores. Pela manhã, ele
recebeu no Palácio da Alvorada (residência oficial) o ministro das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo.
No fórum, criado em 1971, os
líderes mundiais discutirão a construção de uma agenda econômica global,
regional e industrial comum. O encontro deste ano tem como tema a
"Globalização 4.0: Moldando uma arquitetura global na era da quarta
revolução industrial".
Bolsonaro ficará em Davos até
quinta-feira (24), quando retornará ao Brasil. Ele discursará na terça-feira
(22), na sessão plenária do fórum, momento em que autoridades de diversos
países e investidores ficarão atentos à fala do novo presidente do Brasil.
Segundo apurou o G1, Bolsonaro
fará uma defesa da democracia e da aprovação das reformas. O presidente também
destacará que o país está aberto a investimentos privados. Bolsonaro terá
encontros com investidores e com chefes de Estado ou governo.
Também estará na pauta da
passagem de Bolsonaro por Davos a discussão de formas para solucionar a crise
na Venezuela, com a posse de Nicolás Maduro para um novo mandato presidencial
diante de protestos de parte da comunidade internacional.
Ex-presidentes em Davos
Com a viagem deste domingo, Bolsonaro
entrará na relação de presidentes do Brasil que passaram pelo Fórum Econômico
Mundial.
Leia abaixo um resumo das
participações de Michel Temer, Dilma Rousseff, Lula e Fernando Henrique em
Davos.
Temer – 2018
Michel Temer foi o último
presidente brasileiro a participar do encontro. Ele compareceu à edição do
fórum em 2018, quebrando uma sequência de três anos sem a presença da principal
autoridade do país.
No discurso, Temer ressaltou
a queda de indicadores econômicos, como inflação e taxa de juros, mas focou o
discurso na reforma da Previdência, que o governo buscava aprovar à época e
depois desistiu.
"Nosso próximo passo é
consertar a Previdência Social, tarefa para qual nós estamos muito empenhados.
Cada vez mais, o povo brasileiro percebe que o sistema atual é injusto e
insustentável. Portanto, nós vamos batalhar dia e noite pelo voto no Congresso
Nacional para aprovar a proposta que ali está", afirmou.
Dilma – 2014
Dilma Rousseff foi a Davos
uma única vez, em 2014. A presidente afirmou que era "apressada" a
tese de que países emergentes perderiam o dinamismo com o fim da crise
financeira mundial, em razão da "capacidade de investimento e de ampliação
do consumo" destas nações.
Dilma ainda disse que a
estabilidade da moeda era um "valor central" do Brasil e reforçou o
compromisso com o controle da inflação.
"Ainda que as economias
desenvolvidas mostrem claros sinais de recuperação, as emergentes continuarão a
desempenhar papel estratégico. [...] É apressada a tese de que após a crise as
economias emergentes serão menos dinâmicas. Lá estão grandes
oportunidades", disse.
Lula – 2003, 2005 e 2007
2003 - A exemplo de
Bolsonaro, Lula estreou em Davos no primeiro mês do mandato. O então presidente
participou da edição de 2003 do fórum, quando pediu um pacto pela paz e contra
a fome. Na oportunidade, Lula propôs a criação de um fundo internacional para combater
à miséria e a fome nos países de Terceiro Mundo, financiado por recursos de
países mais ricos. “Proponho a formação de um fundo internacional para o
combate à miséria e à fome nos países do Terceiro Mundo, constituído pelos
países do G-7 e estimulado pelos grandes investidores internacionais. Isso
porque é longo o caminho para a construção de um mundo mais justo e a fome não
pode esperar”.
2005 - Ainda no primeiro
mandato, Lula esteve pela segunda vez em Davos. O presidente defendeu maior
participação do Brasil e de outros países na Organização das Nações Unidas
(ONU). Lula defendeu a presença do Brasil no Conselho de Segurança da
instituição. O presidente também apresentou um balanço das realizações de seu
governo, com destaque para ações de combate à fome. Para Lula, era possível
aliar compromisso fiscal com política social. "Tomamos a decisão de
permitir que o Brasil possa crescer por 10, 15 ou 20 anos sem que faça nenhuma
aventura. Estamos provando que é possível ter uma forte política fiscal e ao
mesmo tempo uma forte política social. O Brasil não jogará fora essa
oportunidade que o momento histórico e político lhe deu", disse.
2007 - Na terceira e última
passagem por Davos, já no segundo mandato de presidente, Lula apresentou as
conquistas sociais do primeiro mandato presidencial e disse que os líderes
sul-americanos deveriam parar de viajar o mundo "chorando a miséria"
do continente. O presidente ainda falou que o Brasil avançaria nos
investimentos em infraestrutura para criar condições de crescimento econômico e
convidou empresários a visitarem o país. "O Brasil não pode esperar. Como
diz o bom jogador de futebol, 'ou vai ou racha'. Não há nenhuma razão para o
Brasil não crescer, afirmou.
Fernando Henrique – 1998
Fernando Henrique esteve uma
vez em Davos, na edição de 1998, ainda no primeiro mandato. O presidente
rebateu críticas que citavam o Brasil entre os países vulneráveis à crise em
curso na Ásia na época.
Fernando Henrique chamou os
críticos de “palpiteiros” e rebateu previsões que considerou “pessimistas”
sobre a economia brasileira. Ele ainda citou que o país incentivava o
investimento privado na infraestrutura.
"Sempre existem
palpiteiros. Se observarmos o que foi dito sobre a Ásia meses atrás, vê-se que
são informações de gente que não vive nos países. Não são assim para serem
levadas ao pé da letra. Às vezes há até interesses nessas informações",
afirmou à época./G1
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