Uma candidata a vacina contra
o coronavírus teve bons resultados contra a mutação mais comum do vírus – e
pode deixar o desenvolvimento de uma cura mais próximo. De acordo com um novo
estudo, o produto fabricado pela empresa de biotecnologia Moderna foi testado
para a mutação D614G do vírus, presente em mais de 70% das infecções
confirmadas no mundo. É também a cepa mais comum na Europa, chegando a 100% dos
casos em alguns países.
A pesquisa foi liderada pelo
professor Drew Weissman, da universidade de Pennsylvania, e divulgada no site
Medrxiv.org, mas ainda não foi revisada por outros profissionais do ramo.
Essa mutação também se
reproduz mais nas vias respiratórias e, assim, é mais transmissível de pessoa
para pessoa. Como esse vírus possui uma estrutura que se conecta mais
facilmente às células, também está mais suscetível ao ataque de anticorpos,
descobriu a pesquisa. A pesquisa diz que, por ser mais transmissível, essa
variedade do vírus também é mais suscetível a anticorpos.
Outro estudo da Universidade
de Berkeley, na Califórnia, descobriu que a cepa D614G adquiriu duas mutações
adicionais, presentes nos Estados Unidos e na Europa. Quando essas duas
variedades circulam na mesma região, as taxas de mortalidade aumentam.
A vacina da Moderna foi
testada em humanos, macacos e ratos. Depois de algumas semanas, amostras de
sangue foram coletadas para avaliar a produção de anticorpos. Outros
colaboradores são da Duke University, Harvard Medical School e Los Alamos
National Laboratory.
Há cerca de uma semana,
resultados da fase 1 de testes para a candidata a vacina da Moderna já haviam
mostrado que a vacina é segura e gera uma resposta imune e produção de
anticorpos em humanos, de acordo com resultados publicados na The New England
Journal of Medicine.
A Moderna vai agora começar
um teste com 30.000 pessoas começando no dia 27 de julho que vai dar a resposta
final se a vacina funciona ou não. A Moderna foi a primeira farmacêutica a
fazer testes em humanos e pode ser a primeira a lançar comercialmente seu produto.
Após quase oito meses de
investigação, a ciência deu um salto importante na última semana. Três vacinas
tiveram resultados positivos reportados sobre a eficácia no combate ao novo
coronavírus. Elas vieram do Reino Unido, da China e dos Estados Unidos.
Os projetos de vacinas se
mostraram seguros em humanos e também geraram resposta imunológica contra o
novo coronavírus. O feito foi atingido pela Universidade de Oxford, em parceria
com a farmacêutica AstraZeneca, pelo Instituto de Biotecnologia de Pequim e pela
farmacêutica americana Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia
BioNTech.
Além disso, para o Grupo
Farmacêutico Nacional da China (Sinopharm), uma vacina contra o novo
coronavírus pode ficar pronta para o uso público até o final deste ano, segundo
a mídia estatal chinesa. Inicialmente, as expectativas eram de que ela ficaria
pronta somente em 2021. Recentemente a vacina da Sinopharm entrou na fase 3 de
testes clínicos, com cerca de 15 mil voluntários e duas variações da vacina.
Por enquanto, nenhum
medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso
regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais. Há
dezenas de vacinas em estados diferentes de testes no mundo hoje. Mas há uma
grande expectativa para que alguma delas consiga atingir o sucesso para, então,
iniciar-se o fim da pandemia que marcou o ano de 2020./exame
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