O cantor e compositor
Leonildo Sachi, mais conhecido como Léo Canhoto, morreu na madrugada deste
sábado (25), em São Paulo. Famoso em dupla com Robertinho, Léo tinha 84 anos,
estava internado há três semanas com uma pneumonia e não resistiu após sofrer três
paradas cardíacas.
A informação foi confirmada
pelo cantor Dino Santos, com quem Léo Canhoto estava tocando nos últimos dois
anos. “Ele foi um revolucionário. Deixou um trabalho fenomenal. E vamos
continuar levantando essa bandeira.”
Nascido em Anhumas, no
interior de São Paulo, Léo Canhoto foi criado no Paraná. Ele ganhou o apelido
porque, como muitos canhotos, costumava inverter as cordas do violão para tocar
com a mão esquerda.
O músico começou se
apresentado no circo, antes de tentar a sorte em diversas duplas e grupos. Nos
anos 1960, ele passou a ganhar destaque como compositor, além de atuar como
empresário e produtor de duplas sertanejas.
Em 1969, ele conheceu
Robertinho em Goiânia, com quem formou sua dupla mais marcante. Eles foram os
primeiros artistas do sertanejo a ganhar um disco de ouro, pela música
“Apartamento 37”, uma composição de Canhoto.
A dupla ficou conhecida pela
inovação no gênero musical, usando cabelos compridos e roupas extravagantes,
medalhões e jóias, na esteira do sucesso da Jovem Guarda no país. Fã dos
Beatles e de Elvis Presley, Canhoto também começou a usar teclados, guitarras e
instrumental eletrônico nos discos de sertanejo, antes feitos majoritariamente
com violas.
Léo Canhoto & Robertinho
- O Último Julgamento
Ano: 1983 Composição: (Léo
Canhoto)
https://www.youtube.com/watch?v=4SKi5qcDNjU
***
O estilo de Léo Canhoto e
Robertinho influenciou diversos cantores que fizeram sucesso nos anos
seguintes, de Milionário & José Rico a Chitãozinho & Xororó. Além de
aparições na TV, a dupla atuou no filme “Chumbo Quente”, de 1977, escrito por
Léo Canhoto.
A dupla se separou em 1983,
mas depois voltou a tocar junta, entre idas e vindas, até 2018, quando se
separaram pela última vez. O último trabalho de Canhoto é o disco “Divino Pai
Eterno”, ao lado da nova dupla, Dino Santos, lançado neste ano.
Além da influência no
sertanejo moderno e das dezenas de discos e composições —incluindo seu maior
sucesso, “O Último Julgamento”—, Léo Canhoto teve uma influência improvável no
funk. Isso porque diversos DJs do gênero, no Rio de Janeiro, nos anos 1990 e
2000, passaram a samplear diálogos e efeitos e fazer montagens com músicas da
dupla, como “O Homem Mau”, “Jack, o Matador” e “Chumbo Quente”./folha
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